Os ataques à gestão do PSDB, principalmente por causa das denúncias de corrupção, aumento de impostos e redução de salários dos professores marcaram o debate realizado pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). O evento ainda teve ataques ao ex-governador André Puccinelli (MDB), líder nas pesquisas, e vaias ao ex-secretário de Governo, Eduardo Riedel (PSDB), que não saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O tucano ainda apelou ao atacar a publicitária Iara Diniz (PRTB), esposa do deputado estadual Capitão Contar (PRTB), um dos principais adversários na disputa do Governo. Outro destaque foi o primeiro índio na disputa do cargo de governador, Magno de Souza (PCO), que denunciou o abandono das populações indígenas e a fome que estaria atingindo as aldeias.
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O início do debate, realizado no Teatro Dom Bosco e transmitido nas redes sociais, foi marcado por vaias ao candidato de Reinaldo. O tucano não gostou das vaias e bateu boca com os participantes.
Capitão Contar partiu para o ataque de Riedel, ao afirmar que o tucano foi secretário de Governo por seis anos, o principal na gestão de Reinaldo, e acabou sendo responsável pela redução nos salários de 9 mil dos 18 mil professores da rede estadual, do aumento dos impostos.
Riedel disse que vai equiparar ao longo de quatro anos os salários dos convocados e efetivos. Ele aproveitou para alfinetar André, de que deixou para o sucessor o pagamento do piso nacional para jornada de 20 horas.
Na réplica, Contar citou os R$ 67 milhões de propina paga pela JBS a Reinaldo, segundo denúncia do Ministério Público Federal, e por isso estava faltando dinheiro para a educação. Ele também citou outros escândalos registrados na gestão do PSDB, como as operações de combate à corrupção Clean (superfaturamento na compra de material de limpeza para as escolas), Penúria (superfaturamento na compra de cestas básicas) e Vostok. “Faz parte da história que envergonha o nosso Estado”, acusou.
Riedel disse que não tem nada a ver com as ações do governador. “Não vou cometer injustiça de condenar uma pessoa que não foi condenada”, defendeu. Em seguida, o ex-secretário apelou ao acusar a esposa de Contar de responder a 72 processos na Justiça.
O deputado pediu direito de resposta e conseguiu. Capitão Contar acusou Riedel de “partir para a baixaria” e “ataque pessoal ao falar da minha mulher”. Ele destacou que Iara sempre atuou na área privada e os processos não envolvem dinheiro público. Ele classificou o ataque como “tamanha covardia.
“O senhor mente que faz, mente ao dizer que é bolsonarista, porque nunca defendeu o nosso presidente e está enganando o nosso povo”, acusou.
Ao ser provocado por Giselle Marques (PT), de que defende Bolsonaro, que cortou investimentos na educação, Riedel não saiu em defesa do presidente.
Até Adonis Marcos (PSOL) aproveitou para atacar RIedel pelo aumento de impostos sobre os combustíveis. O tucano se defendeu dizendo que houve aumento do ICMS sobre a gasolina, mas houve redução sobre o etanol e o diesel. O candidato do PSDB afirmou que a redução na alíquota do ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações causará perda de R$ 1,4 bilhão no orçamento estadual de 2023.
Marquinhos Trad (PSD) aproveitou uma pergunta para Giselle para criticar a redução de investimentos na UEMS. “Por que não retiraram dinheiro de outros órgãos ou poderes, mas foi justo da educação?”, questionou, prometendo dar autonomia para a Universidade Estadual.
Giselle também aproveitou para criticar a atual gestão ao falar que professores fazem vaquinha e rifa para pagar internet nas escolas. Riedel disse que o Governo está fazendo o maior programa de fibra ótica da história. A petista reagiu ao falar que o candidato teve oito anos para fazer e não fez.
André foi atacado por ter ingressado com ação na Justiça para não pagar o piso nacional da educação como previa a lei federal. O emedebista disse que questionou um terço das aulas para o planejamento e não o piso.
Marquinhos disse que a distorção salarial entre professores convocados e concursados é “incabível”. O ex-prefeito acabou entrando numa saia justa com Giselle, ao ser acusado de ter cortado o ponto dos professores durante paralisação nacional em defesa do piso do magistério. Ele disse que nunca cortou ponto e desafio um professor a apresentar o holerite provando o corte.
O candidato do PSD disse que a petista mentia a respeito do assunto. Giselle pediu direito de resposta e acabou se defendendo. Ela disse que leu na imprensa que o ex-prefeito iria cortar o ponto.
O próximo debate vai ser na segunda-feira (19), a partir das 20h, no Midiamax e será transmitido pela TVE e TV Imaculada. A TV Campo Grande transmitirá no dia 26, das 10h às 12h, e a TV Morena no dia 27.