O Tribunal Regional Eleitoral indeferiu, por unanimidade, a candidatura a deputado federal do empresário Aparecido Carlos Bernardo, 56 anos, que seria mais um puxador de votos no MDB. O dono de uma das faculdades de Medicina em Pedro Juan Caballero está inelegível por oito anos. O maior risco é o partido repetir o fiasco de 2018 e não eleger nenhum deputado federal.
O ex-senador Waldemir Moka corre risco de sofrer a segunda derrota consecutiva, mesmo sendo o queridinho do MDB na atual eleição. Ele recebeu R$ 2,5 milhões do partido para realizar a campanha a deputado federal. O valor equivale a metade do total disponibilizado para o candidato a governador da sigla, André Puccinelli.
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Dono de patrimônio de R$ 9,1 milhões, Bernardo investiu R$ 300 mil do próprio bolso na campanha e já realizou despesas de R$ 257,3 mil, conforme a prestação de contas parcial ao TRE-MS.
Conforme o acórdão do julgamento concluído na quinta-feira (8), o empresário foi condenado porque só poderia doar menos de R$ 30 mil, mas acabou doando 333% mais para um candidato a prefeito de Itumbiara (GO). O valor excedido em R$ 69,2 mil lhe custou a inelegibilidade por oito anos.
Ele é o segundo candidato do MDB a deixar a campanha a deputado federal. O outro foi o vereador Jamal Salem (MDB), de Campo Grande, que foi incluído na lista dos “fichas-sujas” do Tribunal de Contas da União. Para escapar do vexame de ter a candidatura barrada, o parlamentar renunciou.
Sem dois puxadores de voto, o MDB corre o risco de não atingir o quociente eleitoral. O partido aposta na eleição de Moka, que já foi deputado por três mandatos e senador por um. Ele recebeu R$ 2,5 milhões para a atual campanha eleitoral.
O presidente do diretório municipal de CampO Grande, Ulisses Rocha, afirmou que Carlos Bernardo recorreu contra o indeferimento e vai conseguir reverter a situação no Tribunal Superior Eleitoral. Ele disse que o MDB poderá eleger um deputado federal e ainda tem chance de conseguir uma segunda vaga na sobra.