A 3ª Delegacia da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o crime de denunciação caluniosa contra o candidato a governador, Marquinhos Trad (PSD). De acordo com as advogadas Andrea Flores e Rejane Alves Arruda, a campanha do principal adversário na disputa, o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), seria a responsável pela suposta armação, com a captação de mulheres para denunciar o ex-prefeito por assédio sexual.
Durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (9), as advogadas acusaram o presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos, Carlos Alberto de Assis, de oferecer dinheiro para cooptar “vítimas” de Marquinhos.
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Conforme a advogada Rejane Alves, a investigação é conduzida pela delegada Jeniffer Araújo, da 3ª DP. Um dos novos elementos seria o testemunho de Elenilton Dutra de Andrade, que teria sido procurado, conforme as defensoras, por Riedel para ajuda-lo na campanha pelo Governo estadual.
Ao ser contatado por Assis, de acordo com a denúncia, Dutra recebeu a proposta de emprego com salário de R$ 15 mil para ele e a esposa, com o mesmo salário, e mais R$ 300 mil em dinheiro para ajudar a “destruir Marquinhos”.
“Indignado, Elenilton disse não”, afirmou a advogada. Em seguida, conforme relato feito na coletiva, Assis teria dito: “não pouparei esforços para encher ônibus e mais ônibus de mulheres para denunciar Marquinhos”. Até o momento, 14 mulheres denunciaram o ex-prefeito, mas seis já foram excluídas por determinação da Justiça porque os supostos crimes prescreveram.
De acordo com a advogada, Elenilton teria voltado a ser assediado por Assis, que lhe ofereceu ajuda de R$ 400 mil e mais os dois empregos com salário de R$ 15 mil. Andrade recusou novamente a proposta e decidiu denunciar a armação à polícia.
Em outra frente, as advogadas não tiveram o pedido de mandado de segurança atendido pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, em substituição na 3ª Vara Criminal de Campo Grande. Ela negou o pedido para afastar a delegada Maíra Machado da investigação contra Marquinhos.
Conforme Andrea Flores, a magistrada achou que era necessário o contraditório e a instrução processual para verificar a procedência de que a investigação é conduzida de forma parcial, com fins políticos, para prejudicar a candidatura de Marquinhos. A Polícia Civil é comandada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
De acordo com a advogada, o Ministério Público Estadual instaurou procedimento para apurar a denúncia de que o inquérito é conduzido de forma parcial e com fins eleitorais. A promotoria irá apurar a denúncia feita por Marquinhos, de que é vítima de armação e perseguição política por parte dos tucanos.
O Jacaré procurou Assis, mas o diretor-presidente da Agems não retornou. A assessoria de Eduardo Riedel também foi procurada e a resposta será publicada assim que for repassada pela equipe de assessores de comunicação do candidato.