Última entrevistada no Jornal Nacional, da TV Globo, a senadora Simone Tebet (MDB), só citou os escândalos de corrupção da gestão do PT e esqueceu a Operação Lama Asfáltica, que denunciou desvios na gestão de André Puccinelli (MDB). Ela também afirmou que conta com o apoio do PSDB em Mato Grosso do Sul, que luta desesperadamente para mostrar que apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Conforme o Kantar Ibope Media, a audiência da sul-mato-grossense foi de 26 pontos de média na Grande São Paulo, a menor entre os quatro entrevistados pela TV Globo. Bolsonaro foi visto por 32,6%, contra 32,3% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ciro Gomes foi vista por 29%.
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No Rio de Janeiro, o JN marcou 24%, mesmo índice obtido no PNT (Painel Nacional de Televisão), que engloba 15 regiões metropolitanas no País. O petista ficou com 32 pontos, contra 33% de Bolsonaro.
Nas redes sociais, conforme Felipe Nunes, diretor do Quaest Pesquisas, Simone teve o engajamento de 780 mil pessoas, contra 15 milhões de Lula, 9 milhões de Bolsonaro e 2 milhões de Ciro. A emedebista dividiu os internautas, já que 50% foi positivo. O pedetista teve 54% de menções positivas, contra 48% do ex-presidente e 35% do atual ocupante do Palácio do Planalto.
Ao ser questionada sobre corrupção, a senadora limitou-se a citar os escândalos do PT, como o Mensalão e o Petrolão. A Operação Lama Asfáltica, maior escândalo de corrupção que marcou a gestão de André, inclusive o período em que foi vice-governadora de 2010 a 2014, Simone não mencionou nem fez mea culpa, o que cobra dos adversários.
“O MDB é muito maior do que meia dúzia de seus políticos e seus caciques. É o maior partido do Brasil. O partido que vem da base da redemocratização. O meu partido é o partido de Ulisses Guimarães, de Tancredo Neves, de Mário Covas. De homens Desbravadores corajosos e, acima de tudo, éticos”, respondeu Tebet, sem citar nenhum político de Mato Grosso do Sul.
Sem unir o MDB, que decidiu apoiar Lula em 10 estados e Bolsonaro no Distrito Federal, a senadora saiu pela tangente. William Bonner questionou a falta de apoio até em MS, já que Puccinelli liberou o palanque para outros candidatos.
Simone garantiu que conta com o apoio não do MDB, como do PSDB em Mato Grosso do Sul. o marido da senadora, Eduardo Rocha, é secretário estadual de Governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), e os tucanos apoiam Bolsonaro. Eduardo Riedel nunca citou a senadora nas entrevistas e ainda divide o palanque com Ciro Gomes.
“Nós vamos governar com os partidos que se somam conosco. Ninguém faz nada sozinho, mas é preciso apenas duas características, e eu vou exigir apenas duas coisas para estar no ministério, ser honesto e ser competente”, garantiu a presidenciável, que tem como conselheiro político o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), apontado como um dos piores presidentes da história republicana.
“Temos que deixar de lado esse chamado presidencialismo de coalizão, que na realidade é de cooptação. Que aconteceu com mensalão do passado, compraram consciência dos parlamentares para tentar uma reeleição, foram descobertos. Vieram com petrolão, fatiaram a maior estatal do Brasil e colocaram ali. Inclusive a gente do meu partido, que você tem razão, e do partido do atual presidente da república”, afirmou, sobre como pretende negociar com o Congresso Nacional.
“Mulher vota em mulher. Se ela souber que tem uma mulher competitiva, corajosa, que tem currículo, que trabalha. Quantas mulheres de chão de fábrica, quantas professoras, quantas líderes comunitárias, quantas mulheres das comunidades têm condições e liderança. Então, quando nós tivermos 30% de mulheres nas executivas, nós vamos fazer a diferença e nós vamos mudar esse percentual”, afirmou, de olho no eleitorado feminino, que representa 53% do eleitorado.
No entanto, Simone acabou sendo cobrada nas redes sociais por ter apoiado o impeachment da presidente Dilma Roussefff (PT), primeira mulher a ocupar a presidência da República.
A entrevista pode ser conferida na integra no G1 (clique aqui).