O programa de televisão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) não foi ao ar no horário do almoço, apesar da equipe ter entregue no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral. Como a cabeça de rede, responsável pela exibição é a TV Educativa, controlada pelo PSDB, o candidato acusou o Governo de boicote. A treta marcou o início do horário eleitoral em Mato Grosso do Sul.
Conforme o cronograma, os sete candidatos a governador deveriam ter a veiculação pela primeira vez a partir das 12h desta sexta-feira (26). Foram veiculadas as propagandas de Eduardo Riedel (PSDB), André Puccinelli (MDB), Giselle Marques (PT), Capitão Contar (PRTB), Rose Modesto (União Brasil) e Adonis Marcos (PSOL).
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No entanto, as emissores de televisão não exibiram os programas de Marquinhos e do seu candidato a senador, Odilon de Oliveira (PSD). “A TVE de Mato Grosso do Sul está, hoje, sob a responsabilidade de Reinaldo Azambuja, que tem como candidato ao Governo do Estado seu ex-secretário, Eduardo Riedel. A Coligação Muda MS estuda medidas judiciais para reparação do tempo perdido”, acusou a coordenação da campanha do ex-prefeito.
“TVE de Azambuja boicota primeiro dia do programa de Marquinhos e Odilon na TV”, acusou a assessoria. “O programa foi enviado pela Coligação Muda MS, mas estranhamente, não foi ao ar”, ressaltou.
“Sem saber o que ocorreu, responsáveis pela Coligação foram até a TVE, estatal do Governo do Estado, responsável pela distribuição dos programas nesta semana. Na ocasião, o responsável, disse não saber o que ocorreu. Com o comprovante de envio em mãos, resolveu verificar o que aconteceu e constatou que o programa havia sido enviado na quarta-feira (24) e baixado na quinta (25, mas não foi montado”, relatou.
“Durante o diálogo, o servidor do Governo do Estado chegou a dizer que estava sozinho e sem pessoal para o trabalho, o que lhe obrigava a fazer tudo sozinho. Os responsáveis pela Coligação Muda MS insistiram para que o servidor montasse o programa para que não corresse risco dele voltar a não ir ao ar no período da noite”, enfatizou.
Conforme o cronograma do Tribunal Regional Eleitoral, a TVE será responsável pela distribuição dos programas no Estado até o dia 1º de setembro, quando será substituída pelo SBT.
A “pane” se tornou mais um capítulo na guerra entre o PSDB e Marquinhos Trad. Ele também acusa a Polícia Civil, sob o comando dos tucanos, de persegui-lo politicamente com a abertura de inquérito por assédio sexual.
O programa da deputada federal Tereza Cristina (PP), do Centrão, também não foi veiculado. Ela é aliada do Governo, mas está com ampla liderança nas pesquisas. A vantagem da candidata é tão folgada que ela nem se importou em colocar um desconhecido como suplente, o militar Aparecido Andrade Portela, o tenente Portela.
O Jacaré procurou a assessoria do Governo, que pediu para questionar o presidente da Fundação Luiz Chagas, Youssif Domingos. “Isso é um assunto de eleição”, ressaltou a assessoria.
No horário eleitoral, Eduardo Riedel defendeu a sociedade não tape os olhos para as denúncias. Ele conta com o apoio de Reinaldo, que foi denunciado no STJ por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 67,7 milhões em propinas da JBS.
O ex-governador André Puccinelli prometeu fazer mais, enquanto Capitão Contar prometeu “mudança de verdade”. Rose destacou sua história, desde a origem humilde, a carreira como professora até chegar ao cargo de vice-governadora do Estado e candidata ao Governo.
Presidente da TVE vai apurar causa de problema e concorda com queixa de candidatos
O diretor-presidente da TVE, Youssif Domingos, afirmou que determinou a apuração da causa da falha técnica que impediu a veiculação dos programas eleitorais de Marquinhos, do juiz Odilon e de Tereza Cristina. Ele disse que concorda com a reclamação dos candidatos e espera aval da Justiça Eleitoral para compensar o problema.
A emissora também divulgou uma nota para descartar boicote contra o candidato a governador do PSD. “Em razão de problemas técnicos com os Players – aplicativos onde são carregados os vídeos utilizados para baixar os programas eleitorais e as inserções partidárias – as produções audiovisuais de algumas coligações que seriam exibidas na manhã desta sexta (26 de agosto) não foram ao ar corretamente”, informou.
Confira a nota na íntegra:
“Problemas técnicos na inserção de programas partidários do horário eleitoral
Em razão de problemas técnicos com os Players – aplicativos onde são carregados os vídeos utilizados para baixar os programas eleitorais e as inserções partidárias – as produções audiovisuais de algumas coligações que seriam exibidas na manhã desta sexta (26 de agosto) não foram ao ar corretamente.
Para reparar os danos da ausência dos vídeos na grade do programa eleitoral gratuito, a TV Educativa já entrou em contato com o Tribunal Regional Eleitoral neste feriado e aguarda as demandas encaminhadas pela Justiça Eleitoral.
A Fundação Jornalista Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa, gerida pelo Governo do Estado, reafirma seu compromisso de quase três décadas com a população de Mato Grosso do Sul.
Em nome de sua atuação profissional em benefício da democratização da comunicação, A TV Educativa buscará a qualquer custo a reparação dos possíveis danos produzidos em função de problemas de ordem técnica ocorridos.
Fundação Estadual Jornalista Luiz Chagas de Rádio e Televisão Educativa de Mato Grosso do Sul – FERTEL/MS”