A receita com o pedágio na BR-163 caiu 47% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021 e levou a CCR MS Via a contabilizar prejuízo de R$ 123 milhões em 2022. Os números do balanço do segundo trimestre mostram reversão de expectativa, já que a companhia havia fechado o primeiro semestre do ano passado com lucro de R$ 20,7 milhões.
Sem cumprir o contrato de concessão, que previa a duplicação da rodovia em cinco anos, a MS Via aguarda a relicitação pelo Governo federal. O grupo paulista aposta na mudança das regras, como não exigir a duplicação total da via, para participar do leilão e manter a concessão da BR-163.
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Conforme o balanço, a receita bruta no primeiro semestre somou R$ 116,4 milhões, queda de 15,88% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve o faturamento de R$ 138,3 milhões.
A principal fator foi a redução de 47% na arrecadação com pedágio, que passou de R$ 150 milhões para R$ 79,244 milhões de janeiro a junho deste ano. Conforme os auditores, a redução expressiva é reflexo da contabilização do excedente tarifário previsto no primeiro termo aditivo, firmado no ano passado.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aplicou 114 multas na MS Via pelo não cumprimento do contrato ao longo dos últimos oito anos. O total a ser pago pela concessionária seria de R$ 239,3 milhões. No entanto, a empresa conseguiu anular parte das multas na Justiça Federal do Distrito Federal.
A CCR MS Via ainda espera receber R$ 76,3 milhões do Governo federal, sendo R$ 72,3 milhões referente ao excedente tarifário e R$ 4,038 milhões em perdas previstas na legislação de 2017.