Candidata à governadora pela Federação Brasil da Esperança – Fé Brasil, Giselle Marques (PT) foi neste primeiro dia oficial de campanha a Mundo Novo para homenagear Dorcelina Folador, prefeita assassinada em 1999.
“É preciso lembrar, através da memória da Dorcelina, que a política pode ser perigosa para as mulheres, especialmente em um estado campeão em índices de estupros e de feminicídios”, diz Giselle, que nesta corrida eleitoral tenta ser a primeira governadora de Mato Grosso do Sul.
Após Mundo Novo, Giselle segue para Itaquiraí, Naviraí, Nova Andradina e região. No dia 18, a candidata finaliza o roteiro em Três Lagoas.
Dorcelina nasceu no dia 27 de julho de 1963, em Guaporema, no Paraná. Ela chegou a Mundo Novo (MS) em 1976, onde iniciou sua atuação na Pastoral da Juventude. Em 1987, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores e se candidatou à vereadora. Dorcelina também ajudou a fundar a Associação Mundonovense dos Portadores de Deficiência Física.
Em primeiro de janeiro de 1997, ela assumiu a prefeitura de Mundo Novo, mas o mandato terminou de forma trágica em 30 de outubro de 1999. Ela foi morta a tiros na varanda de casa, aos 36 anos.
Segundo a irmã da ex-prefeita, Marlene de Oliveira, Dorcelina morreu lutando. “Lutando com dignidade para que outro mundo fosse possível”. Em 2013, ao prestar sua homenagem à Dorcelina, o ex-presidente Luiz Inácio Lula afirmou que ela deixou um importante legado na luta das mulheres, em defesa das reivindicações de gênero e como prefeita de Mundo Novo.
O assassinato de Dorcelina foi encomendado pelo secretário municipal Jusmar Martins da Silva. Ele foi acusado de contratar o pistoleiro Getúlio Machado, que confessou o crime e disse que receberia R$ 35 mil pelo homicídio.
Nascida em Campo Grande, Giselle Marques é advogada e tem 54 anos. Ela foi gerente de Controle Ambiental do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e superintendente do Procon-MS. Nas eleições de 2018, Giselle concorreu ao Senado como segunda suplente de Zeca do PT.