Com os votos dos ministros Dias Toffoli e Cármen Lúcia, o Supremo Tribunal Federal formou maioria pelo recebimento da denúncia contra o deputado federal Loester Trutis (PL) e o assessor Ciro Nogueira Fidelis. Eles devem virar réus pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, falsa comunicação de crime e disparo de arma de fogo por simular um suposto atentado a bala em 16 de fevereiro de 2020.
A relatora do processo, ministra Rosa Weber, votou pelo recebimento da denúncia e já foi acompanhada pelos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski. O placar está 6 a 0 para tornar o polêmico deputado réu na corte.
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Ainda faltam votar os ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Nunes Marques e André Mendonça. A perspectiva é de que apenas os ministros indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trutis, votem para livrar o parlamentar de responder pelos crimes.
Em 16 de fevereiro de 2020, Trutis procurou a Polícia Federal para denunciar que foi vítima de um atentado a bala na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia. No entanto, a investigação mostrou que o atentado foi simulado pelo deputado para chamar a atenção, já que planejava disputar a prefeitura da Capital.
A Polícia Federal usou o GPS do veículo, que era locado, para refazer o percurso do deputado e descobriu que os tiros foram disparados em uma estrada vicinal, sem movimento, e não na BR-060.
Para a magistrada, há indícios robustos de que o atentado foi simulado. Trutis repete um personagem polêmico da política estadual, o ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi, que também simulou um ataque para se apresentar como vítima diante da sociedade. Na época, o caso foi desvendado pela Polícia Civil.
O julgamento no STF termina na segunda-feira (15).