Luiz Affonso Mehl
Quem deseja começar a investir em ações deve se familiarizar com os termos e a dinâmica da operação. Aprender o que são os tickers e como fazer a leitura correta desses códigos é uma das tarefas recomendadas pelo mercado financeiro.
Quando o investidor abre uma conta em uma plataforma de investimentos, tem acesso ao home broker da bolsa de valores. Trata-se do ambiente digital onde serão realizadas as operações de investimento. No caso das ações, é por meio desse sistema que o investidor dá as ordens de compra e venda.
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Na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) estão listadas mais de duas mil empresas de diferentes setores da economia. Os ativos disponíveis são apresentados por meio de códigos, também chamados de tickers, formados por letras e números.
A pesquisa do investidor por ações de uma determinada empresa não é feita nominalmente. É preciso aprender a reconhecer as companhias listadas na B3 por meio de seus tickers, além de ler corretamente o significado de cada um deles.
Conheça as diferenças entre os códigos
O código de cada empresa listada na B3 tem quatro letras — geralmente associada ao nome da companhia — para facilitar o reconhecimento do investidor.
Alguns exemplos são os códigos das ações ABEV3, da Ambev S.A.; AZUL4, da Azul Linhas Aéreas Brasileiras; MGLU3, do Magazine Luiza; PETR3 e PETR4, ambas da Petrobras; RDOR3, da Rede D’Or São Luiz e VALE3, da Vale S/A.
Cada número que integra o ticker tem um significado específico; cabe ao investidor conhecê-lo para entender a natureza de cada ativo. No caso das ações, o algarismo 3 informa que se trata de uma ação ordinária, enquanto o 4 refere-se à ação preferencial.
A orientação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) é estudar o mercado financeiro antes de escolher onde, como e quanto investir. No caso do investimento em ações, ao adquiri-las o investidor torna-se sócio da companhia. Por isso, é necessário saber exatamente a diferença entre os papéis disponíveis no mercado.
Uma ação ordinária garante o direito ao voto em assembleias realizadas pela companhia. A participação é proporcional à cota do investidor. Já uma ação preferencial é aquela que tem os dividendos distribuídos em caso de falência do negócio e, portanto, maior liquidez.
Leitura de outros códigos
Outros algarismos também podem integrar os tickers, ao lado das quatro letras que representam a empresa listada na bolsa, concedendo outras informações ao investidor.
Quando o código é acompanhado pelo algarismo 1, significa que o investidor pode adquirir uma ação ordinária com prazo e preço predefinidos. Se o código tem o algarismo 2 o significado é o mesmo, porém a subscrição é referente à ação preferencial.
Após a aquisição de uma ação com final 1, o ticker sofre uma alteração antes de o ativo ser incluído na carteira do investidor: ele passa a apresentar o algarismo 9. A mudança mostra que a ação ordinária pode ser negociada pelo valor que foi estabelecido na compra.
A mesma situação ocorre quando o investidor adquire uma ação preferencial com final 2. O código passa a ter o final 10.
Os tickers terminados em 5, 6, 7 e 8 representam ações preferenciais das classes A, B, C e D, respectivamente. A classificação está relacionada à empresa emissora da ação.
Por fim, os códigos acompanhados do número 11 podem representar ações que são negociadas em grupo, fundos de índice (ETFs) ou certificados de depósitos de valores mobiliários (BDRs), por exemplo.
(*) Luiz Affonso Mehl é analista de Link Building