Candidato do PSDB ao governo, Eduardo Riedel promete uma política de paz, ouvindo a imensa comunidade indígena de Mato Grosso do Sul. A gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que aposta em Riedel nesta sucessão, foi marcada por ações em que policiais militares expulsam os indígenas de fazendas invadidas, sem ordem judicial. O governador deve ser denunciado para a ONU (Organização das Nações Unidas)
O mais recente conflito entre o Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) e indígenas foi na fazenda Borda da Mata, em Amambai, ocorrido em 24 de junho. O guarani-kaiowá Vito Fernandes, 42 anos, morreu e outros sete índios foram feridos. Três policiais militares também sofreram ferimento à bala.
“Os indígenas sul-mato-grossenses são parte fundamental da nossa identidade cultural e humana. Para além disso, é preciso desenvolver uma nova visão em relação a estas culturas, encarando-as como ativos do Estado. Cabe ao poder público criar políticas públicas que deem aos mais de 80 mil indígenas do Estado a capacidade de desenvolver suas culturas de forma autônoma e, ao mesmo tempo, oferecer a eles as condições básicas para isso”, afirmou Riedel.
Hoje, o Estado tem aldeias indígenas distribuídas por 29 localidades. Segundo a Sesai/MS (Secretaria Especial de Saúde Indígena), a população de índios soma 80.459 habitantes em Mato Grosso do Sul, presentes em 28 municípios. Representados por oito etnias: guarani, kaiowá, terena, kadwéu, kinikinau, atikun, ofaié e guató.
Para Eduardo Riedel é preciso aumentar as ações do Estado em direção a uma política de desenvolvimento dessas comunidades. “E tem que ser de dentro pra fora. Quem sabe o que precisa ser feito nessas comunidades são eles mesmos, os indígenas. Primeiro temos que ouvir e entender este processo dentro da diversidade cultural e étnica que temos, para, a partir dessa compreensão, agir de maneira efetiva a favor dessas comunidades, respeitando os interesses de cada um”, disse.
O candidato promete mais mecanismos com enfoque econômico para estas comunidades, sempre respeitando suas bases culturais. “Vamos trabalhar para viabilizar mais mecanismos de desenvolvimento econômico para estas comunidades, sempre respeitando suas bases culturais. O desafio de vivermos todos em paz, com direitos e deveres, com a garantia de criarmos nossos filhos com dignidade. Este será o meu foco nos próximos anos em relação a este tema”, destacou Riedel.
Nascido no Rio de Janeiro, Eduardo Riedel tem 52 anos e faz a estreia na política. Ex-presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), ele está no primeiro escalão do governo Azambuja desde 2015. Em sete anos, comandou as secretarias de Governo e de Infraestrutura.