Ato em defesa da democracia e do processo eleitoral, este último alvo recorrente de ataques sem provas do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi realizado na manhã desta quinta-feira, dia 11 de agosto, em Campo Grande. A mensagem do movimento foi contra o autoritarismo emanado dos “porta-vozes do limbo da história” e com destaque para a disposição da sociedade em se levantar contra ações golpistas.
Presidente do Sindjor (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul), Walter Gonçalves destacou que os presentes ao evento amam a democracia e a liberdade.
“Ninguém aqui quer o retrocesso, a volta do autoritarismo e da escuridão, nossa democracia foi conquistada com o sangue derramado por muitos brasileiros e brasileiras que lutaram o bom combate. Décadas depois, quando pensávamos que a democracia brasileira estava consolidada, eis que ela volta a correr risco pela ação dos porta-vozes do limbo da historia” .
Romilda Pizani, do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro, destacou a tentativa de desestabilizar a democracia nos Estados Unidos, após a derrota de Donald Trump.
“Mas não tiveram êxito, aqui também não terão. Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática”.
Em 1977, em plena ditadura militar, o jurista Goffredo da Silva Telles Junior leu “Carta aos Brasileiros”, na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). Neste ano eleitoral de 2022, a instituição reeditou a iniciativa, com lançamento da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, que reúne mais de 900 mil assinaturas.
Romilda leu trecho da nova carta, que faz menção ao documento da década de 70. “O professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais”.
O ato em defesa da democracia e do processo foi realizado no auditório da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública).