Separados por 45 anos, agosto de 1977 e agosto de 2022 se encontram em atos pela defesa da democracia. Se na noite de 8 de agosto de 1977, em plena ditadura militar, o jurista Goffredo da Silva Telles Junior leu “Carta aos Brasileiros”, na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), num brado contra o autoritarismo; o amanhã, 11 de agosto, será marcado por atos em várias capitais, incluindo Campo Grande, contra rompantes golpistas.
A preocupação com a democracia no Brasil ganhou força no debate nacional após o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, reunir embaixadores em Brasília para atacar as urnas eletrônicas, mais uma vez sem provas.
Foi lançada então a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”. O documento, disponível na internet, já recebeu mais de 800 mil assinaturas.
Em Campo Grande, o ato em defesa da democracia e do processo eleitoral será realizado às 10h, no auditório da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), localizado na Rua 7 de Setembro, 693, Centro.
A mobilização é convocada pelo Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul), Adufms (Sindicato dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), CUT (Central Única dos Trabalhadores), entre outras entidades sindicais e movimentos sociais.
Com o Brasil redemocratizado desde 1985, a carta de 1977 vem refrescar a memória sobre o que é a ditadura.
“Chamamos de Ditadura o regime em que o Governo está separado da Sociedade Civil. Ditadura é o regime em que a Sociedade Civil não elege seus Governantes e não participa do Governo. Ditadura é o regime em que o Governo governa sem o Povo. Ditadura é o regime em que o Poder não vem do Povo. Ditadura é o regime que castiga seus adversários e proíbe a contestação das razões em que ela se procura fundar. Ditadura é o regime que governa para nos, mas sem nós”.