Sem conseguir uma vice de Dourados, o segundo município mais populoso de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (MDB) apostou numa solução caseira e vai caminhar ao lado de Tânia Garib (MDB) nesta corrida eleitoral. Repetindo uma parceria que vem desde 1997, quando ele assumiu a prefeitura de Campo Grande .
Governador por dois mandatos, o político estava preso nas eleições de 2018, alvo da operação Lama Asfáltica, e desistiu da candidatura. O MDB chegou a anunciar a senadora Simone Tebet (MDB) em convenção, mas ela declinou do projeto eleitoral, abandonando o cacique, de quem já tinha sido vice-governadora. O substituto na disputa pelo governo de MS foi o ex-deputado estadual Junior Mochi, com Tânia Garib de vice.
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Naquela ocasião, a ex-secretária de Assistência Social afirmou que aceitava o desafio para honrar André Puccinelli e companheirismo ao MDB. Quatro anos depois, o ex-governador busca a redenção da opinião pública e aparece nas lideranças de algumas pesquisas, enquanto Marquinhos Trad (PSD) fica com a dianteira em outros levantamentos sobre a intenção de votos do sul-mato-grossense.
Contudo, a operação da PF (Polícia Federal), a maior contra a corrupção em Mato Grosso do Sul, ainda ronda Puccinelli. Na Justiça Federal, as defesas dos poderosos conseguiram a suspeição do juiz titular, com as denúncias voltando à estaca zero. Apesar de não ser absolvição, esse passo atrás nos processos foi bastante comemorado pelos réus da Lama Asfáltica.
Nascida em Regente Feijó (São Paulo), Tânia Garib tem 67 anos e longa trajetória na área de assistência social. Na campanha de 2018, declarou à Justiça Eleitoral R$ 3 milhões em bens. Ao reeditar a antiga parceria com Garib, Puccinelli deixou pelo caminho o vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy, do Solidariedade, de 35 anos.
No desenho das Eleições 2022, com duas mulheres disputando o governo – Giselle Marques (PT) e Rose Modesto (União Brasil)-, tem predominado o cálculo político de chapas lideradas por homens trazerem mulheres no posto de vice. Apesar de nunca ter elegido uma governadora, MS tem maioria de eleitoras. Do total de 1.996.510 votantes, 52% (1.047.054) são do sexo feminino e 47% (949.456) são do sexo masculino.
A última eleição com candidata ao governo foi há 20 anos, quando Marisa Serrano chegou ao segundo turno, mas foi derrotada por Zeca do PT.
O MDB faz convenção nesta sexta-feira, às 9 horas, no Clube de Campo da Associação Nipo Brasileira, em Campo Grande.