A Federação Nacional do PT, PV e PCdoB se reúne hoje, em Brasília, para discutir conflitos na aliança em 11 dos 27 estados, inclusive em Mato Grosso do Sul. Apesar das divergências entre os partidos, a direção nacional deverá confirmar as candidaturas a governadora da advogada Giselle Marques e a senador do professor universitário e advogado Tiago Botelho, ambos do PT, que tiveram os nomes homologados na convenção realizada no sábado (30).
O conflito na chapa majoritária está na postura dos partidos. O PT e o PV aprovaram o nome de Giselle para disputar o Governo. Estreante em uma eleição, ela substituiu o ex-governador Zeca do PT, que era o candidato natural, mas estava inelegível. Ele desistiu em abril, quando o partido acabou escolhendo a advogada.
O PCdoB aprovou o encaminhamento de uma coligação para apoiar a candidatura do ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), ou um outro candidato para garantir uma ampla aliança em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os comunistas entendem que é preciso realizar todos os esforços para derrotar o fascismo, que enxergam em Jair Bolsonaro (PL).
O outro conflito está na candidatura a senador. O PT e o PCdoB apoiam a candidatura de Tiago Botelho, cotado para ser o candidato a senador de Lula em MS. Só que o PV conta com um pré-candidato a senador, o publicitário Henrique Medeiros. Ele não retirou a candidatura e o partido manteve o apoio, segundo o presidente regional da sigla, Marcelo Bluma.
Ex-vereador da Capital e candidato a governador em 2018, Bluma reconhece que não deverá ocorrer mudança na chapa majoritária da federação dos três partidos em Mato Grosso do Sul. Giselle tem o placar de 2 a 1 para ser a candidata, já que tem o apoio do PT e PV. Já Tiago Botelho tem o aval do PT e do PCdoB.
O outro desafio do PT é definir o candidato a vice-governador. Os três partidos concordaram que o nome deve ser um representante de Dourados. O mais cotado era o ex-deputado e ex-prefeito da cidade, Laerte Tetila. No entanto, ele teria alegado problemas para não aceitar o desafio.
O outro cotado para ser vice é o ex-deputado federal e ex-deputado estadual João Grandão. Ele também é do PT e estaria cotado para disputar uma das vagas na Assembleia Legislativa.
Além de MS, a federação deverá discutir problemas como o do Rio de Janeiro. O PT exige o lançamento da candidatura a senador de André Ceciliano, enquanto o PSB insiste no nome do deputado Alessandro Molon. Os petistas podem retirar o apoio ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB) para o Governo e apoiar o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT).
Também há o problema dos três candidatos a governador da aliança no Rio Grande do Sul. PSOL, PSB e PT não querem retirar a candidatura para unificar a esquerda no solo gaúcho.