Apesar da queda neste mês em decorrência da isenção de tributos e encargos federais e da redução na alíquota do ICMS para 17%, os combustíveis acumulam alta de até 123% na gestão de Jair Bolsonaro (PL). O encarecimento da gasolina, etanol, óleo diesel e gás de cozinha reflete a política de preços da Petrobras, que adota a paridade com o mercado internacional desde a gestão de Michel Temer (MDB).
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Devido ao desgaste causado pelo aumento nos últimos dois anos, Bolsonaro mudou o comando da petrolífera três vezes apenas neste ano e conseguiu aprovar um pacote que vale até o fim deste ano, como zerar a alíquota do PIS/Cofins sobre os combustíveis.
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Além disso, o Governo federal conseguiu mexer nos tributos estaduais, como limitar em 17% a alíquota do ICMS sobre a gasolina (que era de 30% em Mato Grosso do Sul), do etanol (20%), de telecomunicações (29%) e energia (25%). A conta de luz vai ficar 1,3% mais barata.
As medidas conseguiram frear o aumento de alguns produtos. A gasolina teve redução de 18,13% (R$ 1,28) entre maio, quando atingiu o recorde de R$ 7,06 em média, para R$ 5,78, conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Mesmo com a queda, o litro do produto ainda está 54% mais caro em relação ao mês de janeiro de 2019, quando Bolsonaro assumiu o comando da presidência.
Gás de cozinha
Janeiro de 2019
- preço médio – R$ 71,81
- menor preço – R$ 54,00
- maior valor – R$ 96,00
Julho de 2022
- preço médio – R$ 110,97
- menor preço – R$ 95,00
- maior valor – R$ 130
O mesmo ocorreu com o etanol, que teve redução de 18,75% (R$ 0,87) entre maio e julho, de R$ 5,51 para R$ 4,64, de acordo com monitoramento do órgão federal. Contudo, na gestão do atual presidente, o valor médio acumula alta de 39,3%, já que custava R$ 3,33 há três anos e meio.
Por outro lado, o diesel ficou 8,45% mais caro entre maio e julho deste ano, quando passou de R$ 6,74 para R$ 7,31. Em relação a janeiro de 2019, quando o litro custava R$ 3,47 na bomba, houve aumento de 110%.
Óleo diesel
Janeiro de 2019
- preço médio – R$ 3,47
- menor preço – R$ 3,10
- maior valor – R$ 3,82
Julho de 2020
- preço médio – R$7,31
- menor preço – R$ 6,94
- maior valor – R$ 7,99
Para evitar nova greve dos caminhoneiros, que paralisaram o País quando o diesel custava R$ 3,48, Bolsonaro aprovou o pagamento de auxílio no valor de R$ 1 mil para a categoria. O objetivo é realizar o pagamento durante o segundo semestre, que compreende o período eleitoral, para evitar protestos e mais desgaste para o Governo.
O botijão de gás de cozinha ficou estável entre maio e julho deste ano e acumula aumento de 54% na gestão Bolsonaro. Entre janeiro de 2019 e este mês, o produto básico na casa do brasileiro passou de R$ 71,81 para R$ 110,97. Há três anos e meio, o campo-grandense chegava a pagar R$ 54 pelo botijão. Agora, o preço mínimo é de R$ 95. O valor máximo passou de R$ 96 para R$ 130.
Gasolina
Janeiro de 2019
- preço médio – R$ 4,05
- menor preço – R$ 3,80
- maior valor – R$ 4,50
Julho de 2022
- preço médio – R$ 5,78
- menor preço – R$ 5,24
- maior valor – R$ 7,27
Para minimizar o impacto no orçamento das famílias de baixa renda, Bolsonaro dobrou o valor do auxílio gás, que começará a ser pago neste mês. Ele também elevou o valor do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, que passou de R$ 400 para R$ 600. A partir de janeiro, o valor deverá voltar a R$ 400, conforme previsão em estudo pelo Ministério da Economia.
O Governo de Mato Grosso do Sul estima que a perda com a redução do ICMS será de R$ 968 milhões apenas neste ano. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) apelou ao Supremo Tribunal Federal para voltar a cobrar as alíquotas vigentes antes da redução porque a proposta seria inconstitucional. O pedido será analisado pela ministra Rosa Weber.
Etanol
Janeiro de 2019
- preço médio – R$ 3,33
- menor preço – R$ 3,00
- maior valor – R$ 3,60
Julho de 2022
- preço médio – R$ 4,64
- menor preço – R$ 4,19
- maior valor – R$ 5,57
Nesta sexta-feira, a Petrobras deverá reduzir pela 2ª vez o preço da gasolina nas refinarias. A estatal prevê que haverá redução de R$ 0,11 no preço nas bombas em Mato Grosso do Sul.
Outra boa notícia foi a nova redução na alíquota do ICMS sobre o etanol de 17% para 11,33%. O Governo do Estado anunciou a medida, a menos de dois meses das eleições, depois de reduzir de 20% para 17% no início deste mês.
A redução poderá ajudar o combustível derivado da cana recuperar a competividade em relação a gasolina.