Aos 44 anos de idade, a professora e deputada federal Rosiane Modesto de Oliveira, a Rose Modesto, quer quebrar um tabu de quatro décadas em Mato Grosso do Sul: ser a primeira mulher a assumir o comando do Estado. Durante a convenção do União Brasil, no qual foi oficializada candidata a governadora, ela prometeu “um olhar feminino” para dar dignidade para os sul-mato-grossenses, que as pessoas tenham vida e não apenas lutem pela sobrevivência.
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“Depois de 44 anos e 11 governadores, nosso Estado precisa ser governado por um olhar de uma mulher. Um olhar feminino de cuidado, de mudança que olhe para todos os sul-mato-grossense e principalmente para quem mais precisa”, afirmou a candidata, a primeira com chance em 20 anos.
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A única e última mulher a ficar perto de ganhar uma eleição para o Governo foi a ex-deputada federal, ex-senadora e conselheira aposentada do Tribunal de Contas do Estado, Marisa Serrano. Na época, no PSDB, ela disputou o segundo turno e acabou sendo derrotada por Zeca do PT, primeiro governador a ser reeleito no Estado.
A eleição de uma mulher é um dos últimos tabus a serem quebrados na história de MS. Famoso por ser conservador e alinhado aos partidos de direita, o Estado já elegeu um governador de esquerda, Zeca do PT em 1998, e um adversário histórico da ditadura militar, Wilson Barbosa Martins (MDB) em 1982.
Natural de Culturama, distrito de Fátima do Sul, Rose Modesto foi professora da rede pública em Campo Grande, vereadora da Capital, vice-governadora e secretária estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho no primeiro mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB). Em 2016, foi candidata a prefeita da Capital e disputou o segundo turno com Marquinhos Trad (PSD), que acabou se sagrando vencedor.
Sem vaga para disputar o Governo no PSDB, ela deixou o ninho tucano e migrou para o União Brasil, partido que surgiu da fusão do PSL com o Democratas. De acordo com a presidente regional da legenda, Soraya Thronicke, o partido cedeu a vaga para Rose porque a considera preparada para ser a primeira governadora em quatro décadas de Mato Grosso do Sul.
“Eu estava me preparando para sair candidata, mas desisti porque na Rose, eu acredito”, ressaltou a senadora, durante a convenção realizada na noite desta sexta-feira (22) no Bairro Guanandi, em Campo Grande.
“MS precisa de pessoas que lutem pela vida e não apenas que façam o povo só sobreviver. E nesse time vamos lutar por mais dignidade por Mato Grosso do Sul. Eu descobri a minha vocação muito cedo que é cuidar de gente. Desde quando entrei em uma sala de aula, depois que fui vereadora de dois mandatos, vice-governadora, secretária de Estado e agora deputada sempre cuidando e ajudando, pois, minha profissão é ser educadora, mas a minha missão é cuidar de gente”, ressaltou Rose, sobre a prioridade de eventual Governo.
“Muitos dizem que eu não tenho experiência para ser governadora, mas eu tenho a experiência que todo político deve ter que é a de vida”, ressaltou, rebatendo as críticas de que nunca exerceu cargo executivo.
Aliás, ela não é a primeira deputada a assumir o Governo. Zeca do PT assumiu o comandod o Estado após exercer mandatos como deputado estadual.
“Eu sozinha sou forte. Você sozinha também é forte, mas nós unidas somos imbatíveis e insuperáveis. Rose Modesto, minha amiga, agora você não está sozinha. Agora você tem o veículo para desatolar Mato Grosso do Sul. Você tem o maior veículo que é o União Brasil e esse veículo é 4×4”, afirmou Soraya.
Além do União Brasil, Rose vai contar com o apoio do Podemos em Mato Grosso do Sul. O candidato a senador será o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil). O candidato a vice-governador ainda não foi definido.
Soraya e Rose gostariam do atual vice-governador, Murilo Zauith (União Brasil), mas declinou do convite e tentou emplacar um aliado, o empresário Luís Roberto Martins de Araújo, o Beto Araújo.
A próxima convenção será do PSOL que oficializará a candidatura do líder sem-terra Adonis Marcos de Souza neste domingo (24). O PSD oficializará a candidatura de Marquinhos Trad no dia 30. No mesmo dia, a federação PT, PV e PCdoB oficializará a candidatura da advogada Giselle Marques (PT).
No último dia, 5 de agosto, estão previstas as convenções para oficializar as candidaturas de André Puccinelli (MDB), do ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB) e do deputado estadual Capitão Contar (PRTB).