Em um vídeo, uma mulher diz que recebeu oferta de R$ 150 mil de um dos principais articuladores políticos do PSDB para fazer denúncia envolvendo o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). A gravação reforça a tese do pré-candidato a governador de que é vítima de “armação” e “baixaria” com a abertura de inquérito por assédio sexual contra três mulheres pela Polícia Civil.
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“Tenho gravação de pessoas que foram procuradas para receber valores para contar histórias a meu respeito. Esses depoimentos (dados à Polícia Civil) têm o objetivo de abalar minha candidatura”, afirmou o ex-prefeito, em entrevista ao jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles. “Estou disputando contra o candidato do atual governo”, frisou.
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A abertura do inquérito pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) ocorreu após as denúncias do suposto assédio serem feitas à Corregedoria da Polícia Civil. De acordo com a delegada Maíra Pacheco Machado, o caso tramita no “mais absoluto segredo de Justiça”.
No vídeo, que pode ser visto nesta reportagem, a mulher conta que foi convidada por uma amiga, identificada como Cintia, para um almoço. O presidente da AGEMS (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos) e um dos principais articuladores políticos do PSDB, Carlos Alberto de Assis, teria participado do encontro, conforme o relato.
O tucano teria pedido para a mulher, que terá o nome preservado, gravação ou qualquer coisa contra o ex-prefeito de Campo Grande. “Vou ser reto e direto”, teria dito Assis. Em seguida, ele faz a proposta. “Se você conseguir, eu te dou R$ 150 mil”, teria proposto o ex-secretário estadual de Administração no primeiro mandato e chefe do gabinete de Reinaldo Azambuja (PSDB) no início do segundo mandato. De acordo com a mulher, ela teria dito que era Marquinhos e não aceitou a proposta.
Ao Metrópoles, Marquinhos disse teria sido avisado diretamente pelo secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, de que seria alvo de ataques. “Esses dias eu gravei vídeo de matança de índios no qual cobrei apuração porque a Polícia Militar invadiu a aldeia sem o mandado do juiz. E eu recebi do secretário de Segurança (uma mensagem que diz) o seguinte: ‘Ou você fica do lado da gente ou as coisas vão piorar’. Ele prenunciou que viria isso aí”, afirmou.
O Jacaré procurou Carlos Alberto de Assis, mas até o momento não houve retorno. Assim que o presidente da AGEMS se manifestar, a sua versão será publicada neste espaço.