A candidatura a presidente da República da senadora Simone Tebet (MDB) volta a balançar com dois baques nesta semana. Após declarar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) ainda no primeiro turno, lideranças do MDB de 11 estados cogitam articular movimento para barrar a candidatura própria na convenção prevista para o dia 27. O senador Tasso Jereissati (PSDB) pode desistir de ser candidato a vice e a emedebista começou a buscar um nome para substituir o tucano.
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Em campanha desde dezembro do ano passado, quando teve o nome confirmado pela cúpula nacional do MDB, Simone não conseguiu deslanchar como candidata da terceira via e vem oscilando entre 1% e 4% nas pesquisas. O desafio será não repetir o fiasco do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (MDB) de 2018, quando ficou com apenas 1,2%.
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Só que a situação da senadora não está fácil. Nesta segunda-feira, dirigentes do MDB de 11 estados declararam apoio a Lula ainda no primeiro turno. O governador Paulo Dantas (MDB), de Alagoas, defendeu articulação para levar todo o partido a apoiar o ex-presidente no primeiro turno.
“Vamos acompanhar Lula no primeiro turno. Mas queremos conversar até o dia da convenção para poder ter uma posição nossa até o dia: podemos votar contra, não participar. Mas essa posição só será tomada após esse diálogo”, explicou o senador Eduardo Braga, do Amazonas, sobre a posição na convenção nacional.
Para reabilitar Simone como presidenciável, o presidente nacional do partido, Baleia Rossi, lançou um manifesto nesta terça-feira (19) com a assinatura de representantes de 18 estados e do Distrito Federal. No entanto, apenas presidentes dos diretórios de 15 unidades assinaram a nota, inclusive o presidente regional do MDB em MS, Junior Mochi.
“Dirigentes nacionais, estaduais, núcleos temáticos de 19 estados ratificam apoio à candidatura de Simone Tebet à presidente da República”, destacam no documento, divulgado na rede social da sigla.
Além de não contar com o apoio unânime do MDB, Simone também corre o risco de perder o apoio do PSDB. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, anunciou apoio a Luciano Bivar, do União Brasil. O mesmo movimento ocorreu no Rio Grande do Sul, onde Eduardo Leite (PSDB) também subiu no palanque do pernambucano.
Outro movimento que mostra a perda do entusiasmo do PSDB com Simone foi o gesto do senador cearense. Cotado para ser vice, Tasso viajou com a família para um tour pela Europa. Ele teria afirmado a interlocutores próximos que pode não ser candidato a vice-presidente na chapa de Simone.
Simone sentiu a perda do entusiasmo de Tasso e passou a definir um plano B, conforme o jornal O Globo. Um dos cotados é o senador Oriovisto Guimarães (Podemos), do Paraná. Só que o seu partido cogita lançar o general Santos Cruz como candidato a presidente da República. Além de Oriovisto, é citada também a senadora Eliziane Gama (Cidadania), do Maranhão, como possível vice.
Simone tem maioria para aprovar a candidatura na convenção nacional, mas corre o risco de perder força durante a campanha eleitoral. Ela aposta que chegará ao segundo turno.