A candidata a presidente da República, Simone Tebet (MDB), condenou, nesta segunda-feira (18), as declarações feitas por Jair Bolsonaro (PL) aos embaixadores, nas quais atacou as urnas eletrônicas e o Tribunal Superior Eleitoral. “O Brasil passa vergonha diante do mundo. O presidente convocou embaixadores e utilizou de meios oficiais e públicos para desacreditar mais uma vez o sistema eleitoral brasileiro”, lamentou a emedebista, em postagem nas redes sociais.
[adrotate group=”3″]
Durante o encontro com representantes de 40 países no Palácio do Alvorada, Bolsonaro voltou a repetir as suspeitas de que há falhas nas urnas eletrônicas, mas novamente sem apresentar provas. Ele foi eleito deputado federal por sete mandatos consecutivos e ganhou a presidência da República em 2018 graças ao atual sistema eleitoral.
Veja mais:
Com pacote eleitoral, Bolsonaro reduz reprovação, mas ainda é ruim ou péssimo para 37,2%
Marquinhos segue em 1º e André, Rose e Riedel disputam vaga no 2º turno, diz IBP
Tereza tem 35,1%, contra 15% de Odilon e 11,5% de Mandetta; Tiago sobe para 5º, diz IBP
Bolsonaro sobe e amplia vantagem sobre Lula em MS; Simone fica estável, segundo IBP
No entanto, em um movimento inédito na história da República, o ocupante do poder suspeita de fraude no processo eleitoral. Bolsonaro atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes de atuarem para favorecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera todas as pesquisas de opinião.
O chefe de governo repetiu que Fachin foi responsável pela libertação do ex-presidente Lula, que lidera isolado as pesquisas de intenção de voto. Sobre Barroso, Bolsonaro disse que o ministro foi nomeado para o cargo por ter atuado no processo de extradição de Cesare Battisti.
Bolsonaro voltou a repetir a suspeita de fraude nas urnas usando um inquérito da Polícia Federal, que já teria concluído a segurança e a inviolabilidade das urnas eletrônicas. “Segundo o inquérito, os hackers ficaram oito meses nos computadores do TSE e, ao longo do inquérito, houve a conclusão de que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar fotos, transferir uma informação para outro. O próprio Tribunal Superior Eleitoral concluiu que há várias maneiras de se alterar o processo de votação”, afirmou o presidente.
No entanto, o inquérito ao que o chefe de governo se refere não concluiu que houve fraude no sistema de votação em 2018 ou que os resultados das eleições foram adulterados. Segundo o TSE, o acesso dos hackers “não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018”.
Simone contestou de forma veemente o presidente da República. “Reforço minha confiança na Justiça Eleitoral e no sistema de votação por urnas eletrônicas”, tuitou a senadora. “Convido os demais candidatos a fazerem o mesmo. Paz nas eleições também é declarar confiança no nosso sistema eleitoral, como fizemos no manifesto entregue ao TSE”, ressaltou.
Por meio da assessoria de imprensa, ela também disse que “já passou dos limites a coleção de ataques à democracia que o presidente da República acumula. Desta vez, usando instrumentos oficiais, dentro do Palácio da Alvorada, faz o Brasil passar vergonha diante de embaixadores dos principais países do mundo, ao tentar desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.
“Repete costumeiro proselitismo político para confundir a população e esconder notória incapacidade de governar”, acusou Tebet.
Simone tenta se viabilizar como candidata a presidente da terceira via. No início do Governo de Bolsonaro, ela chegou a apoiar o presidente. Somente após perder a disputa para o Senado, a emedebista passou a fazer duras críticas ao presidente e inclusive, ressaltou, que não esperava que Bolsonaro fosse o pior presidente da história.