Sem acordo com o MDB no Rio Grande do Sul, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou apoio à candidatura à presidência da República do deputado federal Luciano Bivar (União Brasil). A 80 dias da eleição, os tucanos podem manter a aliança nacional com os emedebistas, mas admite que perderam o “entusiasmo” com a senadora Simone Tebet (MDB). Ela também perdeu o apoio do MDB em nove estados.
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A retirada da candidatura a governador do deputado estadual Gabriel de Souza (MDB) foi a única exigência feita pelo PSDB para apoiar Simone. No entanto, os gaúchos decidiram desafiar a executiva nacional e não desistiram de enfrentar Leite. O ex-governador vai tentar um segundo mandato após o fracasso da tentativa de virar presidenciável.
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Para elevar a pressão sobre Simone, na quarta-feira (13), Eduardo Leite firmou acordo com o União Brasil e anunciou apoio a Bivar. “Nesse momento, a participação do União Brasil enseja o apoio ao Bivar. A prerrogativa de indicar o vice será do União Brasil. Bivar terá nosso apoio e nosso palanque à sua disposição. O PSDB está em uma discussão nacional com o MDB. Vamos aguardar que esse processo se consolide para que possamos compreender de que forma podemos colaborar também”, afirmou o tucano, admitindo que pode não apoiar Simone.
“O Luciano Bivar terá nosso vivo apoio. Terá nosso palanque a sua disposição. Confiança, eu sempre digo, é caminho de mão dupla”, ressaltou o ex-governador. Leite faz questão de deixar claro que pode não apoiar Simone no Rio Grande do Sul.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, tem garantido que o partido vai manter o apoio à candidatura da senadora sul-mato-grossense e até indicar o senador Tasso Jereissati como candidato a vice-presidente. No entanto, o PSDB não vai ter o mesmo entusiasmo por Simone.
Além do Rio Grande do Sul, o PSDB abriu o palanque para Bivar também em São Paulo. O governador Rodrigo Garcia (PSDB) acertou de dividir o palanque entre Simone e Bivar no maior colégio eleitoral do País.
O problema da divisão complica ainda mais a situação de Simone, que tem oscilando entre 1% e 4% nas pesquisas. Só que falta musculatura política para decolar. No MDB, a senadora já perdeu o apoio de nove dos 27 estados, que decidiram apoiar Lula (PT) já no primeiro turno.
A fragilidade da senadora é maior ainda em Mato Grosso do Sul, sua terra natal. O seu partido, o MDB, tem um candidato competitivo, o ex-governador André Puccinelli (MDB), mas que decidiu dividir o palanque com Lula e Jair Bolsonaro (PL).
Mesmo com o marido, o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Rocha, integrando a administração tucana, ela não terá o apoio do PSDB. O partido decidiu, na esperança de levar Eduardo Riedel para o segundo turno, apoiar apenas Bolsonaro.
A esperança de Simone é que o horário eleitoral traga o milagre e a transforma na esperança da maior parte dos brasileiros.