Protesto dos policiais rodoviários federais marcou a visita do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (30) em Campo Grande. Durante a motociata realizada na Avenida Afonso Pena, o sindicato da categoria ergueu faixas com críticas e distribuiu 1.277 canetas BIC, uma para cada dia do mandato em que o capitão não cumpriu a promessa de reestruturar a carreira.
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A gota d’água foi a decisão do Governo federal de suspender o reajuste de 5% que seria dado neste ano para o funcionalismo público. Inicialmente, a correção no salário só contemplaria os policiais. No entanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentou que não há recurso disponível para o aumento.
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De acordo com o presidente do SindPRF/MS (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul), Wanderley Alves do Santos, a reestruturação da carreira é uma reivindicação desde 2015, primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
Bolsonaro se comprometeu na eleição a cumprir a reivindicação dos policiais. No entanto, a seis meses do fim do atual mandato, ele não cumpriu a promessa. “Ele prometeu reestrutura e ficou só na bravata”, afirmou Santos.
Durante o protesto, os policiais ergueram a faixa com as frases: “Presidente Paulo Guedes devolve a caneta BIC ao ministro Bolsonaro” e “Quem é o dono da caneta BIC”. O ato ironizou o presidente, que prometeu a reestruturação e o reajuste, mas recuou após o ministro da Economia vetar o aumento na folha de pagamento. Um avião com uma faixa de protesto sobrevoou o local com a frase “NADA A COMEMORAR: BOLSONARO MENTIU PROS PRFs”.
Cerca de 13 mil policiais rodoviários federais atuam na fiscalização e na segurança das rodovias no País. A categoria espera que o Governo amplie o efetivo para 17 mil para atender a demanda. De acordo com o dirigente sindical, desde 1994, houve aumento de 30% no quadro de policiais rodoviários, enquanto o número de veículos triplicou em três décadas.
Outra queixa é de que os policiais rodoviários federais possuem nível superior e recebem o menor salário entre as carreiras típicas de estado, que incluem os policiais federais e os auditores da Receita Federal do Brasil. Wanderley Alves do Santos estima que a defasagem de é de 50% no início e de 90% no final da carreira da PRF.