O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai descartar pela 2ª vez a deputada federal Tereza Cristina (PP), do Centrão, como candidata a vice-presidente da República. Em entrevista neste domingo, ele antecipou que o companheiro de chapa será o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Neto (PL). O capitão não confia na ex-ministra da Agricultura e teme ser alvo de impeachment em caso de reeleição.
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A decisão do presidente deve manter a composição definida pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que prevê a progressista na disputa pelo Senado e o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB) para o Governo.
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De acordo com Bolsonaro, o nome do general como vice será anunciado nos próximos dias. “É uma pessoa que eu admiro muito o Braga Neto”, ressaltou, em entrevista ao programa 4×4 no Youtube. Com a decisão, ele resiste à pressão do presidente nacional do PL, Waldemar Costa Neto, e do Centrão para indicar uma mulher como vice e reduzir a rejeição junto ao eleitorado feminino.
“O Braga Neto tem uma vida de 45 anos de serviço na caserna. Foi interventor no Rio de Janeiro. Veio para o nosso Governo. Pegou a difícil missão da Casa Civil durante a pandemia e foi para o Ministério da Defesa e desincompatibilizou para ficar livre para disputar um cargo na eleição”, afirmou o presidente.
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), já tinha antecipado que a deputada federal não seria indicada como vice porque Bolsonaro não cogita um nome com bom trânsito no Congresso Nacional por temer o impeachment.
“Bolsonaro não põe a Tereza porque não confia em ninguém, muito menos nela, que fala pelos ruralistas. Dali saíram os impeachments”, previu o ex-deputado federal. Mandetta quer disputar a vaga de senador nas eleições deste ano e vem se preparando para enfrentar a ex-ministra. Só que ele ainda não garantiu a vaga na coligação da deputada federal Rose Modesto (União Brasil), que prefere o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche (Avante).
Com o cenário definido, a próxima decisão de Bolsonaro vai ter repercussão na sucessão estadual em Mato Grosso do Sul. A ex-ministra Tereza Cristina defende que o presidente suba no palanque do candidato a governador do PSDB. Neste cenário, ele abandonaria a própria sorte o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que sempre foi fiel ao presidente e inclusive organizou manifestações a favor de Bolsonaro inclusive nos pontos mais críticos da pandemia.
Inicialmente, conforme o deputado federal Loester Trutis (PL), Bolsonaro viria ao Estado para anunciar o apoio a Riedel no último dia 20. O presidente acabou não comparecendo.
A disputa pelo Senado ainda conta com o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD), o advogado e professor da UFGD, Tiago Botelho (PT), o empresário Jeferson Bezerra (Agir 36), Wilson Joaquim (PSC), Marcos Adonis (PSOL) e Henrique Medeiros (PV). O MDB ainda não decidiu se lança o ex-prefeito de Costa Rica, Wadeli dos Santos Rosa ou o ex-ministro Carlos Marun.