No artigo “A farra dos shows, o advogado Sérgio Maidana condena as prioridades de cidades pequenas e pobres, como a maior parte dos municípios brasileiros, que possuem dinheiro para pagar uma fortuna para um show, mas não possuem recursos nem para comprar remédios para a população. Prefeitos usam a os eventos milionários como promoção pessoal, apesar disso ser vedado pela Constituição.
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“Como pode um país com a população que vive com parcos recursos, governos gastarem milhões em um único show de artista consagrado? Realmente inexplicável”, questiona o advogado.
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“Dias atrás, a Justiça do Estado da Bahia determinou que fosse feito distrato em show de cantor sertanejo, cujo valor contratado era correspondente a 40% gasto em saúde no município em todo ano passado (a bagatela de 1 milhão e 250 mil reais)”, relembra.
“Mas show é bom, o povo se diverte! Dizem alguns. Outros, quando estão na fila da farmácia popular, começam a questionar o prefeito e este diz que o município não tem dinheiro. Interessante não!? Dinheiro existe, ocorre que as prioridades são outras, são prioridades de promoção pessoal do nome e da exposição da imagem do prefeito frente a cidade”, pontua.
“Assim, distribuir remédios aos doentes, será visto só pela família do enfermo, mas um show… Ora, um show é tudo que um político quer. Dá a falsa sensação que está fazendo algo de bom para a cidade”, constata.
“No entanto, apesar da farra dos shows está sendo agora questionada, o esquema (ou falta de vergonha na cara do prefeito e cia), faz tempo que é usado como promoção pessoal dos políticos, e isto é vedado pela Constituição e na lei”, destaca Maidana. Ele lamenta que a farra milionária só esteja sendo questionada agora.
E concluir: “Mas, o que indigna é que a mesma prefeitura que faz um show pagando R$ 1 milhão, sequer tem aula de violão nas escolas, e quando contrata um artista local, quer que o mesmo toque de graça ou por R$ 200. Este é o ‘Brazil que não merece o Brasil, o Brazil quer matar o Brasil’”, lamenta.
Confira o artigo na íntegra:
“A farra dos shows
Sérgio Maidana
‘O Brazil não merece o Brasil’, cantava Elis Regina com sua voz de veludo, quando era criança. Hoje, analisamos a frase da música e começamos a questionar o Brazil do outro Brasil. Em pesquisa publicada no ano passado, colheram índices de que 90% dos brasileiros (famílias) têm renda média inferior a R$ 3,5 mil e 70% não superior a dois salários mínimos.
Este Brasil real, sonha em ser o Brazil, onde uma minoria ganha muito (1% dos ricos têm a renda de 48,9% do país) e vive ostentando objetos de valores humilhantes para a base da pirâmide social.
Bom! Mas por que você quer dar esta aulinha para nós? – pergunta o leitor afoito. Aqui explico – como pode um país com a população que vive com parcos recursos, governos gastarem milhões em um único show de artista consagrado? Realmente inexplicável.
Dias atrás, a Justiça do Estado da Bahia determinou que fosse feito distrato em show de cantor sertanejo, cujo valor contratado era correspondente a 40% gasto em saúde no município em todo ano passado (a bagatela de 1 milhão e 250 mil reais). Outras cidades tiveram shows de cantores cancelados que variavam de 600, 700, 800, 900 mil reais. Necessário frisar que todos os shows são liberados de licitação, dado a fama do artista.
Uns falam que o prefeito e vereadores onde ocorre o show, fazem ‘rachid’ da verba do artista, mas nenhum escândalo ou fato real foi até hoje apurado pela polícia. Mas, é muito estranho. Depois de uma sátira cínica do cantor sertanejo Zé Neto com a cantora Anita, a imprensa resolveu investigar os sertanejos que fazem shows em cidadezinhas pequenas e começou a aparecer cifras assustadoras destes eventos. E o Ministério Público passou a atuar e está processando prefeitos por improbidade administrativa e corrupção.
Bom! Mas show é bom, o povo se diverte! Dizem alguns. Outros, quando estão na fila da farmácia popular, começam a questionar o prefeito e este diz que o município não tem dinheiro. Interessante não!? Dinheiro existe, ocorre que as prioridades são outras, são prioridades de promoção pessoal do nome e da exposição da imagem do prefeito frente a cidade.
Assim, distribuir remédios aos doentes, será visto só pela família do enfermo, mas um show… Ora, um show é tudo que um político quer. Dá a falsa sensação que está fazendo algo de bom para a cidade.
No entanto, apesar da farra dos shows está sendo agora questionada, o esquema (ou falta de vergonha na cara do prefeito e cia), faz tempo que é usado como promoção pessoal dos políticos, e isto é vedado pela Constituição e na lei.
No entanto, como o Ministério Público não atuava nestes casos, foi passado como irrelevante, mas é totalmente escandaloso o gasto com estes tipos de eventos, cujo desenrolar das investigações, pode chegar um dia a cassar prefeitos, ou ser processado por improbidade administrativa e outros.
Mas, o que indigna é que a mesma prefeitura que faz um show pagando R$ 1 milhão, sequer tem aula de violão nas escolas, e quando contrata um artista local, quer que o mesmo toque de graça ou por R$ 200. Este é o ‘Brazil que não merece o Brasil, o Brazil quer matar o Brasil’.
Pare o trem que quero descer”.