As senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) assinaram o requerimento para criar a CPI para investigar as denúncias de corrupção no Ministério da Educação. Apenas o senador Nelsinho Trad (PSD) não assinou o pedido da CPI do MEC, que ignorou o agravamento do escândalo após a prisão do ex-ministro e pastor evangélico Milton Ribeiro pela Polícia Federal nesta quarta-feira (22) em Santos.
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Conforme o senador Randolfe Rodrigues (Rede), do Amapá, a criação de CPI pelo Senado atingiu o número mínimo de assinaturas necessárias para investigar as denúncias de corrupção no MEC. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), de Minas Gerais, anunciou que vai instalar a CPI caso o requerimento tenha as 27 assinaturas necessárias.
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“A prisão preventiva do ex-ministro e de lobistas por suspeita de corrupção revela todo desmando que virou a Educação neste governo. O que deveria ser prioridade nacional e política de Estado, virou manchete policial”, lamentou Simone, que é candidata a presidente da República com o apoio do MDB e do Cidadania. Ela foi a primeira da bancada sul-mato-grossense a apoiar a proposta.
A prisão do ex-ministro e dos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, que cobravam propina para liberar recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), convenceu Soraya a endossar a proposta de criação de CPI. “Diante dos novos fatos assinei a CPI do MEC”, afirmou a presidente regional do União Brasil.
“Algumas reações posteriores (contrárias) nos bastidores sinalizam que fiz a coisa certa, e os fortes indícios apontam para possível caso de corrupção”, tuitou Soraya. Apesar da pressão, a senadora sinalizou que não deverá recuar da decisão. “Covardia não faz parte do meu vocabulário”, ressaltou, prometendo manter a assinatura.
Apenas o senador Nelsinho Trad não assinou a proposta para criar a CPI do MEC. O Jacaré procurou o parlamentar, por meio da assessoria de imprensa, mas não houve retorno sobre o motivo de não ter apoiado a investigação até o momento.
Ribeiro foi preso pela PF em Santos. O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, passou a sofrer ameaças de mortes de aliados do ex-ministro da Educação, que supostamente é cristão. De acordo com a assessoria do Poder Judiciário, foram centenas de ameaças de morte.
Além do ex-ministro e dos pastores, o magistrado determinou a prisão de Helder Bartolomeu e do ex-assessor do MEC, Luciano de Freitas Musse. O caso ganhou repercussão maior porque o presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha ressaltado que confiava na integridade do ex-ministro. Ele chegou a falar que não colocava apenas a mão, mas a cara no fogo por Milton Ribeiro.
“Corrupção também é marca desse governo. Nas vacinas, na educação, no orçamento secreto. O Brasil precisa de um novo caminho. É possível fazer diferente”, criticou Simone, que elevou o tom das críticas a Bolsonaro desde o início da pré-campanha eleitoral.