O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), previu que a deputada federal Tereza Cristina (PP), do Centrão, não será candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL). Além disso, ele avalia que a ex-ministra da Agricultura e Pecuária terá uma eleição difícil para o Senado por causa do alto preço dos alimentos, que incluí o básico arroz e feijão e a carne bovina.
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A avaliação do pré-candidato ao Senado foi feita em entrevista à Coluna do Estadão, do jornal O Estado de São Paulo deste domingo (19). Mandetta chegou a ser colega de Tereza na Esplanada ao comandar o Ministério da Saúde por um ano e três meses. Ele foi demitido em abril de 2020, no início da pandemia da covid-19.
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Nos últimos dias, a ex-ministra voltou a ser considerada favorita para ser candidata a vice. Ela conta com o apoio do Centrão, do qual faz parte, e do presidente nacional do PL, Waldemar Costa Neto, que foi condenado no Mensalão petista e é o principal articulador político de Bolsonaro.
O próprio presidente admitiu, na semana passada, que a deputada sul-mato-grossense é “excelente nome” para vice. O mais cotado, o ex-ministro da Defesa, general Braga Neto, teria admitido que a progressista ganhou terreno por causa da alta rejeição de Bolsonaro entre as mulheres.
No entanto, Mandetta afirmou que Tereza Cristina não será vice. “Bolsonaro não põe a Tereza porque não confia em ninguém, muito menos nela, que fala pelos ruralistas. Dali saíram os impeachments”, previu o ex-ministro da Saúde, que também foi responsável pela destituição da presidente Dilma Rousseff (PT).
O ex-ministro também vai na contramão das previsões de que Tereza Cristina é a favorita para ganhar o Senado por Mato Grosso do Sul. Na sua avaliação, conforme o jornal paulista, ela terá uma “campanha intensa”.
“Mas com o preço da comida onde está, Tereza tem muito a explicar”, frisou Mandetta. Como titular da pasta da Agricultura, a ex-ministra colhe os frutos dos preços dos produtos agrícolas e pecuárias. Só que a política tem dois efeitos imediatos. Os produtores rurais festejam o bom momento, enquanto a população brasileira sofre com a disparada do preço dos alimentos nos supermercados, como arroz, feijão, óleo de soja, legumes e, principalmente, da carne bovina.
O procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante), que disputa o apoio do União Brasil com Mandetta, também mira o flanco na ex-ministra. Ele diz que quem votar em Tereza Cristina vai acabar elegendo o primeiro suplente, já que Bolsonaro antecipou a recondução da ex-ministra ao comando do Ministério da Agricultura em caso de reeleição.
“Quem votar na Tereza, vai eleger o Pedro Chaves”, alerta Harfouche, sobre um dos cotados para ser o primeiro suplente da representante do Centrão em MS. Chaves foi suplente de Delcídio do Amaral e acabou virando senador com a prisão e cassação do aliado.