A senadora Simone Tebet (MDB) culpou o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo aumento nos combustíveis, que tem causado indignação e revolta na maior parte da população brasileira. “Quem quer resolve. Quem não quer, joga a culpa nos outros”, afirmou a presidenciável em postagem nas redes sociais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também criticou o governante por “não cobrar o preço da gasolina em real”.
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Aliás, nem Bolsonaro poupou críticas à política de preços da Petrobras. Responsável pela indicação de seis dos 11 conselheiros e do presidente da companhia, o presidente criticou o lucro exorbitante da petrolífera brasileira. “O Governo é contra o reajuste”, garantiu ele, em manifestação nas redes sociais.
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No primeiro trimestre deste ano, a Petrobras teve lucro de R$ 44 bilhões, o maior entre todas as petrolíferas do mundo. De acordo com o Uol, a margem, de lucro da estatal brasileira é de 31,6%, enquanto companhias americanas e europeias privadas ganham, no máximo, 8,8%. O lucro da chinesa é de 5,6%.
Neste sábado, a companhia promoveu reajuste de 5,18% no preço da gasolina e de 14,26% no óleo diesel nas refinarias. Em Campo Grande, os postos começaram a elevar o preço dos combustíveis neste sábado. O litro da gasolina ainda está em promoção, mas já pode ser encontrado a R$ 7,17, conforme o Campo Grande News.
No interior, como Dois Irmãos do Buriti, a gasolina está custando mais de R$ 8. O diesel chega a R$ 8,45. O aumento do diesel prova a fidelidade dos caminheiros ao presidente Bolsonaro. Em maio de 2018, eles pararam o País por causa do aumento do óleo diesel. Desde então, o preço do combustível mais que dobrou e o grupo segue apoiando o Governo.
Para Simone, o presidente é responsável pelo aumento abusivo no preço dos combustíveis. “Quem quer, resolve. Quem não quer, joga a culpa nos outros. A Constituição Federal dá saídas, no plural, para diminuir o preço dos combustíveis em situações excepcionais como agora, criando-se crédito extraordinário ou usando os dividendos da União”, tuitou a senadora.
“Ainda, subsídio ao diesel para quem depende para trabalhar e ao gás de cozinha para quem não pode pagar. A solução passará, no futuro, por ampliar a capacidade de refino nacional”, propôs a presidenciável sul-mato-grossense. “Isso, sim, ajudaria a termos combustível a preços compatíveis, mesmo quando houver escassez internacional. Claro, tudo com transparência, respeito aos contratos e sem corrupção”, explicou.
Simone é contra a privatização da Petrobras, bandeira defendida por Bolsonaro para reduzir o valor dos combustíveis no Brasil.
“O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais”, afirmou Bolsonaro, na rede social, para criticar o reajuste aprovado pela companhia. Ele indicou seis dos 11 conselheiros da Petrobras.
“A Petrobrás pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”, alertou o presidente. Ele quer que a empresa segure o aumento nos preços até as eleições deste ano.
Líder nas pesquisas em nível nacional, o ex-presidente Lula também responsabilizou o presidente pelo aumento. “A gasolina do Bolsonaro, que ele disse que iria baixar, já anunciaram um novo aumento. Ele inventou que a solução é reduzir o ICMS, mas tudo que ele vai fazer é diminuir o dinheiro da educação e da saúde nos estados”, cutucou o petista, sobre a proposta de reduzir o tributo cobrado pelos estados sobre os combustíveis.
“A gente já provou que é possível lucrar com a Petrobrás, vendendo a gasolina com o preço em real. Por que depois que viramos autossuficientes em petróleo começamos a importar? Por que impor um preço internacional a um produto nacional? Isso é perda de soberania”, defendeu Lula.
Enquanto nada muda, centenas de motoristas chegaram a ficar até 14 horas na fila para aproveitar a gasolina a R$ 4,50 o litro, como estratégia dos empresários para mostrar o peso dos tributos no preço final dos combustíveis. Apenas 250 pessoas foram beneficiadas pela promoção.