O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), transformou-se no principal obstáculo para a deputada federal Tereza Cristina (PP), do Centrão, virar a candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL). O principal motivo é a pesquisa da Real Time Big Data, divulgada pela TV Record, na qual o ex-deputado aparece empatado em 2º lugar com o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD).
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Inimigo declarado de Mandetta, Bolsonaro não quer tirar a ex-ministra da Agricultura da disputa para ajudar o desafeto a ganhar o Senado. Ele pode ser candidato a senador na chapa da deputada federal Rose Modesto (União Brasil).
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Aliás, a pesquisa da Real Time vai elevar a tensão política em Mato Grosso do Sul. Descartado pela cúpula do União Brasil em Mato Grosso do Sul, Mandetta ganha fôlego porque tem potencial eleitoral três vezes superior ao procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante).
Também é a pesquisa em que Tereza tem a melhor performance, com 28% e 29%, longe do segundo colocado, o juiz Odilon, com 15%. A pesquisa também traz boa notícia para o candidato a senador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O advogado Tiago Botelho (PT) supera o ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB).
Realizada entre os dias 12 e 13 deste mês por telefone com 1.500 eleitores, a pesquisa tem margem de erro de 3% para mais ou menos e foi registrada na Justiça Eleitoral com o número MS-02697/2022.
No primeiro cenário, Tereza lidera com 28%, seguida por Odilon com 15%, Mandetta com 12%, Harfouche com 5%, Botelho com 3%, Marun com 2%, Jeferson Bezerra (Agir 36) com 1%. Os demais candidatos, Adonis Marcos (PSOL) e Wilson Joaquim (PSC) não pontuaram, enquanto 11% votariam nulo ou em branco e 23% estão indecisos.
No segundo cenário, com o candidato do PV no lugar de Botelho, Tereza vai a 29%, seguida pelo juiz com 15%, pelo ex-ministro com 13%, pelo procurador de Justiça com 5%, Marcun com 2% e Bezerra com 1%. O publicitário Henrique Medeiros (PV), que seria o candidato pela federação com o PT, não pontuou, assim como Wilson Joaquim. Nulos e brancos somariam 12%, enquanto os indecisos seguem em 23%.
O levantamento virou munição contra a indicação de Tereza Cristina para vice de Bolsonaro. De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, bolsonaristas avaliam que a saída da ex-ministra da disputa poderia dar o cargo de senador de presente para Mandetta, que era aliado e virou inimigo do presidente da República.
A pesquisa também jogou um balde de água fria nas pretensões de Bolsonaro vir ao Estado para declarar apoio à candidatura do ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB). De acordo com o deputado federal Loester Trutis (PL), ele viria na próxima segunda-feira (20).
Conforme a Real Time, o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), o preferido pelos bolsonaristas, superou Riedel pelo placar de 9% a 8%. Famoso pela fidelidade ao presidente, o parlamentar pode ser preterido pelo candidato do PSDB, partido que é oposição a Bolsonaro em nível nacional. Aliás, a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), é o principal alvo de ação do presidente no Supremo Tribunal Federal para reduzir o ICMS sobre a gasolina e o etanol.
A primeira pista de que o presidente não vem foi dada pelo jornal Correio do Estado, que já deu três manchetes propagando a aliança entre Bolsonaro e Riedel. Conforme o jornal, devido a possibilidade de Tereza Cristina ser indicada para vice, o presidente adiou o esperado anúncio de apoio ao candidato do PSDB para o dia 30 deste mês.
Só que o jornal mostra um encontro em Dourados. Conforme Trutis, o anúncio seria feito em Campo Grande. Faltam três dias para se confirmar se o deputado falou a verdade ou propagou mais uma fake news.
