A executiva nacional do PSDB aprovou, com 33 votos a favor, um contra e uma abstenção, o apoio a Simone Tebet (MDB) para presidente da República. A decisão sacramenta a candidatura da senadora de Mato Grosso do Sul, que já conta com o apoio do MDB e do Cidadania. No entanto, a decisão tucana de não lançar candidato próprio pela primeira vez em 34 anos foi tomada sob protestos.
[adrotate group=”3″]
“A Executiva deu uma demonstração, apesar de uma discussão intensa, democrática. É importante ressaltar e dizer que todos esses votos ‘sim’ são ‘sim’ pelo possível. A alma do PSDB era de uma candidatura própria. Mas nós entendemos que o PSDB existe não como um fim próprio. Existe para permitir o que é melhor como alternativa para os brasileiros”, afirmou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, conforme registro da CNN.
Veja mais:
Na véspera da reunião tucana e após ofensiva na mídia, Simone volta a 1% em pesquisas
Simone chega a 3% e vê potencial de voto chegar a 32%, segundo pesquisa do Ipespe
Candidato gaúcho evita Simone no RS e vira pedra no sapato para sacramentar apoio do PSDB
Contudo, os tucanos não oficializaram o nome do candidato a vice na chapa de Simone. O mais cotado continua sendo o senador Tasso Jereissati, do Ceará, que planeja deixar a vida política ao encerrar o atual mandato no Senado. De acordo com Araújo, o nome do candidato a vice ainda será construído pelo partido.
A decisão de não lançar candidato próprio a presidente frustrou lideranças tucanas, como o deputado federal Aécio Neves, que foi candidato a presidente em 2014 e foi salvo por Simone de ser preso em 2016. Ele defendeu o lançamento do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
“Com a desistência do governador Doria, o nome natural para ser candidato a presidente é o de Eduardo Leite. Eu estou defendendo essa tese há muito tempo. Acho que não deveria nem ter tido discussão, teria que convocar Eduardo Leite”, afirmou Aécio.
“O PSDB pode ser o partido da reorganização política do centro lá adiante. Mas se furtar a participar das eleições, eu temo que a posição do PSDB ficará extremamente fragilizada no futuro”, disse o mineiro, ressaltando que a sigla tomará uma decisão definitiva só na convenção em julho.
“Nós não podemos passar a impressão de que a nossa disputa interna é maior do que o nosso interesse em apresentar uma alternativa ao país. O que eu repito é aquilo que eu acredito, que o PSDB teria melhores condições de liderar essa terceira via do que o MDB”, acrescentou.
Outro que lamentou a escolha de Simone foi Marconi Perillo, de Goiás. Ele também sugeriu o nome de Leite e destacou que o gaúcho só não disse que toparia porque não foi questionado a respeito.
O Valor diz que Perillo não foi voz isolada na reunião do colegiado. Além de Perillo, o bloco de Minas Gerais – formado pelos deputados Aécio Neves, Paulo Abi-Ackel, pelo ex-deputado Marcus Pestana, e pelo ex-governador Eduardo Azeredo – , o deputado Nilson Pinto, do Pará, e o ex-senador José Aníbal (SP) também defenderam a candidatura própria.
Apesar do racha no PSDB, o apoio oficial do partido dá força para a candidatura de Simone seguir adianta e obter o aval do MDB, mesmo que continua com 1% ou 2% nas pesquisas. Ela reafirma que tem chance de chegar ao segundo turno e vencer, independente do adversário ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL).