Jair Bolsonaro (PL) vai abandonar a deriva a candidatura do deputado estadual Capitão Contar (PRTB), considerado bolsonarista raiz, e vai deixar claro o apoio ao candidato a governador pelo PSDB. De acordo com o deputado federal Loester Trutis (PL), o presidente da República vem a Mato Grosso do Sul no dia 20 deste mês para oficializar o apoio ao ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB).
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Em uma rede social, o parlamentar festejou a decisão de Bolsonaro. “Confirmado: Presidente Bolsonaro estará no MS dia 20/06. Logo após recebermos Daniel Silveira, Carla Zambelli e Major Fabiana, nosso estado receberá Bolsonaro na capital, Campo Grande”, anunciou Trutis.
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De acordo com o deputado, ser bolsonarista é ser leal ao liberal. “Pra mim é seguir as orientações do líder e presidente Jair Bolsonaro, mesmo quando essas orientações não fazem parte dos meus planos pessoais”, afirmou, seguindo uma linha adotada pela maior parte dos seguidores do chefe do Executivo.
“O presidente, com seus 33 anos de experiência política, escolheu como pré-candidata ao Senado Tereza Cristina, e como pré-candidato ao Governo do MS, Eduardo Ridel. Eu confio no presidente, e se esses candidatos dele se comprometerem com as pautas que defendo, eles serão meus candidatos”, explicou Trutis, que se elegeu criticando a gestão do PSDB, de Reinaldo Azambuja.
A confirmação do apoio de Bolsonaro a Eduardo Riedel ocorre no mesmo dia em que Reinaldo criticou a proposta do presidente de zerar os tributos sobre os combustíveis para reduzir os preços do óleo diesel, da gasolina, do etanol e do gás de cozinha. Ele detonou a proposta e ressaltou que o melhor caminho seria reduzir os lucros da Petrobras.
Na semana passada, Tereza Cristina chegou a se reunir com Bolsonaro após ser acusada de trocar Capitão Contar pelo candidato tucano e de não usar as cores verde e amarelo na campanha ao Senado. No entanto, ela desconversou sobre a sucessão estadual e chegou a elogiar o deputado estadual, a quem chamou de “bom moço”.
A vinda de Bolsonaro ao Estado pode impulsionar a candidatura de Riedel, que parou em 4º lugar e não tem subido desde fevereiro, segundo pesquisa divulgada no domingo pelo Instituto Ranking Brasil. Apesar do empenho dos meios de comunicação, de Reinaldo e de Tereza Cristina, ele não consegue ultrapassar a deputada federal Rose Modesto, que trocou o PSDB pelo União Brasil.
Bolsonaro lidera a pesquisa para a presidência em Mato Grosso do Sul, mas viu a vantagem sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cair de 10 para uma situação de empate técnico.
O efeito da união do presidente com o candidato do PSDB é um mistério. A expectativa é de que Riedel suba nas pesquisas e dispute a ponta com Marquinhos Trad (PSD) e André Puccinelli (MDB).
Com a decisão, Bolsonaro vai acabar traindo Capitão Contar, que organizou motociatas e carreatas de apoio ao presidente ao longo dos últimos três anos. Ele foi às ruas defender o presidente dos ataques feitos por não combater a pandemia e do Supremo Tribunal Federal.
Contar tinha expectativa de que Bolsonaro ficasse neutro no primeiro turno e só viesse ao Estado em eventual segundo turno. Se o presidente pedir para ele apoiar o tucano, ele vai desistir da candidatura e se juntar ao PSDB, a quem combateu durante o mandato de deputado estadual?