A reunião do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e a cúpula do PT em Mato Grosso do Sul na manhã de quinta-feira (2) gerou um mal-estar no partido e uma onda de boatos, como a retirada da candidatura a governadora da advogada Giselle Marques (PT) para apoiar o tucano Eduardo Riedel. “Envergonhado” com o “encontro na surdina”, o ex-governador Zeca do PT cobrou explicações urgentes.
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Alheia à crise, Giselle afirmou que não participou do polêmico encontro e manteve a agenda de campanha. Na sua primeira disputa de um cargo eletivo, a advogada vem promovendo uma intensa rodada de reuniões com dirigentes, empresários, sindicalistas, meios de comunicação, instituições e organizações sociais.
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Reinaldo se reuniu na Governadoria com o presidente regional do PT, Vladimir Ferreira, os deputados estaduais Pedro Kemp e Amarildo Cruz, o presidente da Fetems, Jaime Teixeira, e a vereadora de Campo Grande, Camila Jara. O encontro teria ocorrido a pedido dos petistas. Amarildo e Kemp foram sucintos na resposta: conjuntura política. Esse teria sido, conforme os deputados, o tema da polêmica reunião entre os petistas e o governador do PSDB.
Já Vladimir explicou que o objetivo foi deixar claro o palanque de Lula em Mato Grosso do Sul. Como Eduardo Riedel vem manifestando apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), os petistas querem deixar claro que o PSB, que deverá fechar com o tucano, vai manter o apoio ao ex-presidente Lula, que terá um indicado pelo partido, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como candidato a vice-presidente.
O presidente regional e os deputados negaram qualquer negociação para retirar a candidatura de Giselle para apoiar o tucano. “A nossa candidata continua sendo a Giselle”, garantiu Vladimir.
Principal estrela do partido no Estado, deputado estadual, vereador da Capital e governador por dois mandatos, Zeca do PT ficou indignado com o encontro, que avaliou como “reunião na surdina”. Ele disse que o “quinteto de ouro” deve explicações ao partido e convocar reunião par deixar claro o que teriam ido negociar com Azambuja.
De acordo com o ex-governador, a reunião o deixou envergonhado. Zeca passou a cobrar explicações públicas do diretório regional do PT. “O Riedel está fechado com o Bolsonaro”, lamentou, sobre o encontro.
Giselle reafirmou que não participou do encontro e segue a campanha. Ela enfatizou que a prioridade é a eleição de Lula. Outro que ignorou a crise e vem mantendo o ritmo é candidato a senador pelo PT, o professor universitário e advogado, Tiago Botelho.
