A ex-ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina (PP), do famoso e notório Centrão, sentiu a repercussão negativa da articulação para convencer Jair Bolsonaro (PL) a subir no palanque do candidato do PSDB, Eduardo Riedel. Nesta quarta-feira, a deputada tomou café da manhã com o presidente da República e fez elogios ao deputado estadual Capitão Contar (PRTB), conhecido por ser bolsonarista de raiz.
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Desde o ano passado, a progressista faz dobradinha com o tucano nas viagens no interior do Estado. Prefeitos, vereadores e lideranças políticas participam de reuniões em que a ex-ministra se apresenta como candidata ao Senado e pede votos para Eduardo Riedel para o Governo.
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Agora, a estratégia é apresentar Eduardo Riedel como o candidato de Bolsonaro em Mato Grosso do Sul. O Correio do Estado informou que o presidente deverá vir ao Estado ou gravará um vídeo de apoio ao candidato de Reinaldo. A ex-ministra das Mulheres e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), enfatizou, na semana passada, que o presidente irá apoiar o candidato indicado por Tereza Cristina.
A notícia dos esforços para ex-ministra para convencer Bolsonaro a apoiar o candidato do PSDB causou a fúria de parte dos bolsonaristas. Alguns passaram a criticá-la até por não usar as cores do presidente, verde e amarelo, no material de campanha. Ela optou pelo azul, a cor do seu partido, mas também a cor do PSDB.
“A Tereza Cristina fica esperta tem uma eleição tranquila , mais quanto mais próximo ela fica do PSDB , mais votos ela perde”, avisou um eleitor. “Isso nunca quem é de direita é de direita não apoia a esquerda nunca ela está si queimando com isso vai perder muito voto”, emendou outro.
“Trocar honesto por malandro. Não dá”, disse outro internauta. “Tereza Cristina só perdendo voto e jogando sujo”, lamentou outro bolsonarista. “Como eleitor da Direita acho que a sra Tereza Cristina devia ficar neutra no caso do governador porque nos bolsonarista votamos na sra para o senado , por o trabalho prestados à bem do estado e do Brasil , é a lealdade ao nosso presidente, mais o nosso candidato ao governo do MS é CAPITÃO CONTAR , a esquerda brasileira só atrapalha o nosso país”, postou outro.
Teve eleitor até protestando contra a hipótese de Bolsonaro ficar fechado com Riedel e abandonar o deputado, que lhe foi fiel em temas polêmicos e até realizou motociatas de apoio na pandemia. “Se ele fizer uma trapalhada dessas até meu voto ele perde!!!fechado com o capitão Contar por um MS melhor”, avisou um bolsonarista.
A reação levou a ex-ministra a tomar um café da manhã com Bolsonaro nesta quarta-feira e propagar o encontro nas redes sociais. Em entrevista ao Midiamax, Tereza Cristina descartou que o presidente vai apoiar o candidato a governador do PSDB. “Eu tendo dito que o presidente quer todos os palanques possíveis. Na hora certa ele vai dizer quem apoia”, afirmou.
Em seguida, a ex-ministra elogiou Capitão Contar. “É um bom moço. “É bolsonarista, sempre apoiou o presidente”, disse, tornando público o primeiro afago ao deputado. O candidato já anunciou que apoiará a deputada federal do PP para o Senado a pedido de Bolsonaro.
Tereza Cristina disse que o presidente vê “com muita simpatia” a candidatura de Riedel. No entanto, Bolsonaro ainda não decidiu se vai apoiar um candidato a governador em Mato Grosso do Sul ou ficará neutro para anunciar o apoio apenas no segundo turno.
“A melhor estratégia é que o Presidente se mantenha neutro, pelo menos no 1º turno. Quanto mais apoio ele receber, melhor. Tanto que não pretendo pedir reciprocidade de apoio, pois ele tem que ter aceno de todos os lados. Será uma eleição voto a voto. Não podemos retroceder”, afirmou Contar, sobre a nova estratégia da progressista.
A manifestação da ex-ministra joga um balde de água fria nas pretensões do PSDB, que planejava contar com o apoio de Bolsonaro para alavancar a candidatura de Riedel. Desde a confirmação do seu nome, o candidato de Reinaldo tem ficado em 4º lugar nas pesquisas e já corre risco de ser ultrapassado por Capitão Contar.
Os outros candidatos a governador são André Puccinelli (MDB), Rose Modesto (União Brasil), Marquinhos Trad (PSD) e Giselle Marques (PT). A candidata a presidente do emedebista e de Riedel, por enquanto, é a senadora Simone Tebet. Marquinhos Trad se mantém neutro entre Lula e Bolsonaro.
Rose tem o palanque do deputado federal Luciano Bivar (União Brasil), que confirmou a candidatura nesta terça-feira (31). Giselle é a candidata de Lula e tem ficado com a penúltima colocação, só na frente da candidata do PSOL, Luhhara Arguelho.