A saída do União Brasil abalou a terceira via e pode ser fatal para o candidato a presidente da República João Doria (PSDB). Os três partidos restantes articulam para o tucano retirar sua candidatura e aceitar a indicação de candidato a vice-presidente em uma chapa liderada por Simone Tebet (MDB), que encabeçaria o que sobrou do suposto centro democrático, formado pelo PSDB e Cidadania.
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No entanto, a candidatura da senadora também enfrenta críticas por falta de profissionalismo e amadorismo, segundo a revista Veja. Emedebistas tem detonado a suposta arrogância da sul-mato-grossense, que não tem aproveitado os grandes eventos para construir a unidade no partido.
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A cada dia, os interessados em construir a terceira via ficam mais fragilizados e distantes de romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em todas as pesquisas, o petista se mantém acima de 40% e o capitão vem reduzindo a diferença.
Deputados federais do PSDB teriam dado ultimato a Doria de que só vão manter o apoio à sua candidatura caso chegue a 6% nas pesquisas até o fim deste mês. No lado do MDB também não é diferente. Os emedebistas condicionam a manutenção da candidatura de Tebet caso ela saia de 1%.
A situação piorou com a decisão do deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, desistir de um candidato único ao Palácio do Planalto. Ele deverá anunciar amanhã que será o candidato a presidente pelo partido. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) passou a ser cotada para ser a candidata a vice em uma chapa pura, que contará com o maior tempo de televisão e a maior fatia do fundo eleitoral.
Isolado, o PSDB iniciou um movimento para forçar Doria a desistir da disputa pela presidência para ser candidato a vice-presidente na chapa de Simone. Apesar do tucano ter vencido as prévias do partido, a avaliação é de que ele possui uma rejeição muito alto. Desconhecida de quase metade da população, Simone tem uma rejeição menor.
Nas pesquisas, enquanto a emedebista oscila entre 0% e 2%, João Doria tem oscilando entre 2% e 4%.
De acordo com jornais nacionais, a senadora conta com o apoio de 20 dos 27 diretórios regionais do MDB. No entanto, políticos do Nordeste e do Norte do País defendem o apoio a Lula ainda no primeiro turno, enquanto os emedebista do Sul são favoráveis a Bolsonaro.
Agora, Simone passou a ser criticada pela falta de organização da pré-campanha. “Se a Simone foi aplaudida de pé, reconhecida pelas lideranças municipalistas (na marcha), o que falta para concretizar o encontro com as lideranças municipalistas emedebistas? Que tal sair da arrogância”, teria questionada uma emedebista, de acordo com a revista Veja.
“A Simone está sendo omissa, que cobre de seus coordenadores (a organização do grande evento). É ela a candidata. Muito amadorismo ou falta de vontade de profissionalizar tudo. Se o pessoal não consegue, que delegue as tarefas”, sugeriu um outro.
A data limite para a definição de um candidato único do que restou da terceira via é o dia 18 deste mês. Pelo andar da carruagem, não há sinais de disparada nas próximas pesquisas de Simone ou Doria nem de que a crise vai terminar neste mês. A perspectiva é de que o rache continue até o segundo turno.