O tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, 47 anos, iniciou, no dia 26 de abril deste ano, o cumprimento da pena de quatro anos, nove meses e 18 dias no semiaberto por corrupção passiva. A sentença, que transitou em julgado em fevereiro deste ano, refere-se a propina de R$ 200 mil, que ele teria recebido no período em que foi assessor do Tribunal de Contas do Estado.
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O caso é emblemático porque dois ex-presidentes do TCE, os conselheiros Waldir Neves e Cícero de Souza, foram testemunhas de defesa para livrar o oficial da PM da condenação. Ele chegou a ser inocentado por falta de provas pelo Conselho de Sentença, conforme o juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar Estadual.
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No entanto, o Ministério Público Estadual recorreu da decisão e a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul acatou o recurso e condenou o militar. Os desembargadores Jairo Roberto de Quadros, Dileta Terezinha Souza Thomas e Cláudio Bonassini da Silva foram unânimes na punição do militar. Cristaldo recorreu até ao Supremo Tribunal Federal, mas a corte manteve a condenação.
Em despacho publicado no dia 25 do mês passado, Alexandre Antunes determinou a prisão do tenente-coronel para cumprir a pena no semiaberto. Conforme comunicado da Agepen (Agência Estadual de Gestão do Sistema Penitenciário), ele se apresentou no dia seguinte para iniciar o cumprimento da pena.
Neste processo, o MPE destacou que o oficial apresentou padrão de vida totalmente incompatível com o padrão de vida, como a compra de uma moto Harley Davidson por R$ 35 mil, uma banheira de R$ 28 mil, um Jeep Grande Cherokee por R$ 215 mil, uma ducha de R$ 3,5 mil e torrou R$ 25,7 mil em roupas na Prada Brasil, entre outros.
A defesa alegou que o tenente-coronel, mesmo com salário acima de R$ 20 mil, teve ajuda do irmão, que morava no Acre.
O pesadelo do oficial começou com a deflagração da Operação Oiketicus, deflagrada pelo Gaeco em maio de 2018. Na ocasião, ele foi acusado de integrar a Máfia do Cigarro. Cristaldo foi preso e condenado outras vezes, cujas penas somam 20 anos de reclusão. Ele vem recorrendo da sentença e teve a soltura determinada pelo Superior Tribunal de Justiça.