O PT espera construir uma frente de esquerda para apoiar a candidatura a governadora da advogada Giselle Marques (PT) nas eleições deste ano. Menos isolado do que 2018, quando disputou com chapa pura, o partido começa a disputa com uma federação formada com o PV e o PCdoB. Além disso, a direção articula o apoio do PSOL e da Rede e tem esperanças de atrair o PDT após a intervenção.
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A primeira reunião com os cinco partidos ocorreu nesta quinta-feira para discutir a viabilidade de união nas eleições deste ano, inclusive com chapa única ao Governo do Estado. “Sim, estamos construindo isso, conversando com as lideranças do PSOL e da Rede”, afirmou a candidata.
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“Penso ser muito importante construir uma frente ampla progressista, que valorize as trabalhadoras e trabalhadores e, consequentemente, apoie o Lula para presidência do nosso país”, defendeu a advogada, empolgada com a possibilidade de crescer nas pesquisas ao colar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mesmo que não lidere no Estado, o petista fica em segundo e tem ficado próximo de 30%.
“Para o PT, uma aliança entre esses cinco partidos representaria um fortalecimento do campo progressista, com potencial para oferecer um palanque regional forte para a campanha de Lula a presidente”, informou a assessoria do deputado federal Vander Loubet (PT)
“Estou conversando também com lideranças do PDT, que está numa crise, sob intervenção, e tem muitos insatisfeitos com possibilidade de caminharem conosco”, adiantou Giselle. Inicialmente, o PDT aderiu à candidatura a governador de Eduardo Riedel (PSDB).
No entanto, após o ex-presidente da sigla, Dagoberto Nogueira, trocar o partido pelo PSDB, a direção nacional decidiu intervir no Estado e afastar o decano João Leite Schmidt, que pretendia cumprir o acordo feito por Dagoberto.
Mesmo com nomes próximos do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), como o primo, o advogado José Belga Trad, e da secretária municipal de Educação, Alelis Izabel de Oliveira Gomes, Giselle tem esperanças de contar com o apoio do PDT.
Mesmo limitando a uma frente de esquerda, a aliança mostra que o PT conseguiu romper o isolamento imposto na última eleição. Em 2018, o ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci (PT), disputou o Governo com chapa pura e não tinha conseguido nem o apoio de aliados tradicionais.
A aliança deve ser maior que a de 1998, quando Zeca do PT, apenas com o apoio do PDT e do PPS (hoje Cidadania), venceu o candidato Ricardo Bacha (PSDB), que tinha o apoio do Governo do Estado, de praticamente todos os prefeitos do Estado e até de Campo Grande.
Em 2014, o candidato do PT, Delcídio do Amaral, era o favorito e contava com oito partidos, que incluíam até siglas de direita, como PR (hoje PL), e tradicionais aliados de esquerda, como PDT e PCdoB.
Esta pode ser a primeira vez que um candidato do PT conta com o apoio do PSOL em Mato Grosso do Sul. Até então, o partido sempre optou por ter candidato próprio ao Governo.
Além de Giselle, a sucessão de Reinaldo Azambuja deve ser disputada por André Puccinelli (MDB), Marquinhos, Eduardo Riedel, Capitão Contar (PRTB) e Rose Modesto (União Brasil).