Com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, a senadora Simone Tebet reagiu à articulação dos principais caciques do MDB para barrar sua candidatura na convenção nacional do MDB. Ela garante ter o apoio da maioria dos diretórios regionais do partido para disputar a presidência da República nas eleições deste ano, mesmo continuando com apenas 1% nas pesquisas eleitorais.
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O senador Renan Calheiros (MDB), de Alagoas, classificou como “tragédia” para o partido a manutenção da candidatura de Simone e defendeu o apoio já no primeiro turno ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou à revista Veja que contava com o apoio de 14 dos 27 diretórios para barrar a candidatura de Simone, repetindo estratégia emedebista do passado, que impediu as candidaturas a presidente de Itamar Franco e Antony Garotinho.
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Durante a semana, a senadora passou a receber declarações de apoio para manter a candidatura a presidente da República. No total, conforme a assessoria, foram 14 diretórios pela manutenção de Simone na disputa: Acre, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Tocantins, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato Grosso, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Amapá, Maranhão, Paraná e Goiás.
“Nós paulistas entendemos que o Brasil precisa avançar em busca de emprego e renda e menos briga política sem solução”, afirmou o presidente regional do MDB de São Paulo, deputado estadual Léo Oliveira.
O presidente regional do MDB no Rio de Janeiro, Leonardo Picciane, vai na mesma linha. “Nesse momento, de polarização política, entendo que o MDB tem o dever de levar a candidatura da senadora Simone Tebet, é bom para a democracia, fortalece a discussão fora dos extremos, estimula o protagonismo da mulher na política”, afirmou o dirigente, que foi ministro de Temer.
“Como em tantas outras oportunidades, o MDB liderou e sempre teve a coragem necessária para enfrentar as dificuldades do país e por isso entendemos que a candidatura da senadora Simone Tebet representa os princípios e valores que defendemos para o Brasil”, afirmou o ex-deputado estadual Júnior Mochi, presidente do diretório regional do partido em Mato Grosso do Sul.
Mesmo sem emplacar nas pesquisas, mantendo-se entre 0,8% e 2%, apesar da exposição feita na propaganda partidária em março, Simone continua com o apoio de Michel Temer, que deixou a o cargo de presidente como o mais impopular na história e com duas denúncias de corrupção protocoladas no Supremo Tribunal Federal.
Simone pode ser a candidata pelo grupo formado pelo MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania, que ainda conta como pré-candidatos o ex-governador de São Paulo, João Doria, que oscila entre 2% e 3%, e o deputado federal Luciano Bivar, de Pernambuco, que teve o nome homologado na quinta-feira (14).
A expectativa é de que os partidos vão definir um candidato único no dia 18 de maio. No MDB existe um movimento para que Simone continue candidata caso não seja a escolhida. O sonho da senadora é contar com o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que perdeu as prévias do PSDB, como candidato a vice. Ele não aceita a derrota e mantém as articulações para dar uma rasteira em Doria e assumir o posto de candidato do PSDB.
Com uma terceira via tão dividida, a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve ser quebrada tão cedo.