Apesar do lucro recorde e histórico de R$ 601,4 milhões da Energisa MS em 2021 e da devolução de R$ 101 milhões pelo Governo federal, a conta de luz dos 1,084 milhões de de consumidores vai ter reajuste médio de 18,16% a partir de sábado (16). Com o aumento acima da inflação, a tarifa de energia será a 3ª mais cara do País.
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O aumento na conta de luz foi aprovado em reunião da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), realizada na manhã desta terça-feira (12). Inicialmente, o aumento entraria em vigor no dia 8, mas a concessionária pediu para adiar até o fim do mês.
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O adiamento é uma armadilha e vai custar caro ao consumidor. Só para se ter ideia, o adiamento no ano passado, de 8 para o dia 21 de abril, em decorrência da pandemia da covid-19, custou R$ 11,497 milhões ao consumidor e teve impacto de 0,32% no cálculo da tarifa.
Focada no lucro, que teve aumento de 75% em relação ao ano anterior, a Energisa MS mantém a postura de faturar a qualquer preço. No ano passado, o faturamento da concessionária foi de R$ 5,8 bilhões apenas em Mato Grosso do Sul.
Conforme o conselheiro Sandoval Feitosa, relator do processo na Aneel, o reajuste vai ser de 18,81% para os consumidores de alta tensão e de 17,93% para baixa tensão. O reajuste médio será de 18,16%.
O aumento supera a inflação oficial, calculada pelo IPCA do IBGE, que ficou acumulada em 11,3% até março deste ano. Também é quase o dobro do reajuste de 10,2% no salário mínimo, que passou de R$ 1,1 mil para R$ 1.212 em janeiro deste ano.
O valor superou até os 10% do reajuste dos servidores públicos estaduais. Só que o funcionalismo estadual ficou sem reajuste há três anos, graças a política do PSDB implantada pelo governador Reinaldo Azambuja, enquanto a tarifa de luz teve reajuste sagrado todo ano.
O reajuste só não foi maior porque houve redução de 9,98% no cálculo da tarifa, que incluiu a devolução de R$ 110 milhões pelo Governo federal após a concessionária ganhar na Justiça o direito de não pagar PIS/Cofins sobre o ICMS.
Os tributos representam 23,3% do valor total da conta de luz, que inclui 18,7% do ICMS cobrado pelo Governo do Estado e 4,6% do PIS/Cofins.
No ano passado, a tarifa de luz teve reajuste médio de 8,9%.
Desta vez, os consumidores do Mato Grosso não tiveram mais sorte que o sul-mato-grossense. O reajuste da tarifa da Energisa MT será de 22,55% em média, com o índice oscilando entre 21,62% a 24,96%. O detalhe é que a concessionária teve lucro de R$ 1,1 bilhão no estado vizinho.