Com os direitos políticos suspensos, o ex-governador Zeca do PT desistiu de retornar à política e disputar o Governo de Mato Grosso do Sul pela 4ª vez. Sem a sua principal estrela, que tinha dois dígitos nas pesquisas, o PT busca outro nome, que pode ser novo ou repetir o nome do ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci (PT), para garantir um palanque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Mato Grosso do Sul.
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Logo após o desempenho frustrante na disputa do Senado em 2018, o ex-governador chegou a anunciar a aposentadoria da política. Em 2020 Zeca insinuou que poderia ser candidato a prefeito no interior, onde teve bom desempenho na eleição anterior, e cogitou disputar em Sidrolândia ou Bela Vista.
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Com a reabilitação de Lula, que teve as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal e passou a liderar as intenções de votos para a presidência da República, o petista ficou animado e anunciou o retorno à arena para disputar a sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB).
No entanto, Zeca ainda depende da anulação de um acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, relatado pelo desembargador Sérgio Martins, que o condenou por improbidade administrativa na farra da publicidade. A defesa do ex-governador alega que houve uma série de irregularidades e recorreu ao Superior Tribunal de Justiça para anular a decisão e voltar a ficar ilegível.
Como não há previsão de quando o processo será julgado no STJ, Zeca teria alegado “razões pessoais” para desistir da disputa. “A Executiva Estadual do PT, reunida nesta terça-feira (5), foi informada que o ex-governador Zeca do PT, por razões pessoais, está retirando sua pré-candidatura ao Governo do Mato Grosso do Sul”, informou a direção do partido.
O deputado estadual Amarildo Cruz (PT) informou que o partido conta com vários nomes que podem substituir Zeca, como os dois deputados estaduais (ele e Pedro Kemp) e o deputado federal Vander Loubet, sobrinho de Zeca. Outra opção, conforme o parlamentar, é Amaducci, que já disputou o Governo em 2018.
Outra opção, conforme o deputado, seriam os advogados Tiago Botelho e Giselle Marques, que são pré-candidatos ao Senado. Professor universitário e representante de Dourados, Botelho reafirmou que será candidato a senador. Giselle disse que o assunto ainda está sendo analisado.
O principal obstáculo para Amaducci foi que ele perdeu a disputa da prefeitura de Mundo Novo em 2020. O revés deveria ser considerado caso o partido queira garantir um palanque competitivo e não apenas figurativo para Lula.
Botelho defende que o PT busca um nome entre os partidos que vão construir a federação nas eleições deste ano, como o PV e o PCdoB. Os verdes contam com o ex-vereador da Capital, Marcelo Bluma, que poderá ser o candidato a governador.
Outra opção é um aliança com um partido que apoie Lula em nível nacional. O PSB deverá indicar o candidato a vice-presidente do petista. Outra opção seria apoiar a candidatura do ex-prefeito da Capital, Marquinhos Trad (PSD), já que a sigla deve se aliar ao partido em Minas Gerais e na Bahia.
No entanto, Marquinhos não pretende se desgastar com o eleitorado de Jair Bolsonaro (PL), que lidera as pesquisas no Estado, e pode dificultar a aliança. Amarildo acredita que o PT deverá definir o nome do pré-candidato até o fim deste mês.