O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que aceita ser vice-presidente na chapa liderada pela senadora Simone Tebet (MDB). A declaração do gaúcho, que não aceita a derrota nas prévias tucanas para João Doria, fortalece o nome da presidenciável sul-mato-grossense nas negociações para formar federação com o PSDB e a União Brasil.
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Com a desistência do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (União Brasil) de disputar a Presidência da República, a trinca de partidos só passou a contar com dois postulantes à sucessão presidencial, Simone e Doria.
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Oficialmente, eles passam a ser os nomes de eventual federação, que poderá unir o MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania. No entanto, os interesses regionais devem impedir a união. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, os partidos apostam em André Puccinelli (MDB), Eduardo Riedel (PSDB) e Rose Modesto (União Brasil) para disputar o Governo e teriam dificuldade de abrir mão em prol da unificação.
Em meio a ameaças e golpes, Eduardo Leite decidiu fazer afagos ao MDB. Em entrevista a uma emissora de rádio, o gaúcho fez elogios a emedebista. “Ela tem toda condição de liderar”, afirmou.
O ex-governador gaúcho aceita, inclusive, integrar a chapa de Simone como candidato a vice-presidente. Só que para o projeto se concretizar, o tucano vai precisar contar com a desistência de Doria, que já ameaçou desistir, mas recuou e acabou renunciando ao cargo de governador para ser candidato a presidente.
O apoio de Leite reforça, mas não garante a candidatura de Simone, principalmente, por causa das divisões internas do MDB. Caciques nordestinos defendem o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto os das regiões sul e sudeste querem apoiar Jair Bolsonaro.
Apesar dos baixos índices de Simone, que tem variado entre 0,5% e 2% nas pesquisas, ela passou a ser apontada como solução para manter a sigla unidade. Neste caso, o risco é a senadora ser candidata a paisagem, com cada cacique apoiando quem quiser e ignorando a candidata própria do partido.
Até em Mato Grosso do Sul, seu estado natal, Simone não fica entre os primeiros nas pesquisas e disputa a lanterna com os candidatos de outros estados.
Apesar de tudo, Simone segue na disputa, mesmo com o prazo dado pelos líderes do MDB de que só permaneceria se alcançasse mais de 10% nas pesquisas.