Com o aumento de 75% no lucro, que chegou a R$ 601,4 milhões em 2021, a Energisa pediu e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aceitou adiar o reajuste na tarifa de energia. Isso significa que a conta de luz dos 1,084 milhão de consumidores só deverá subir a partir do dia 30 deste mês. A data base é 8 de abril.
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O pedido de prorrogação das atuais tarifas foi aprovado pelo relator, Sandoval Feitosa, e pelos diretores do órgão regulador. Neste ano, o aumento deverá ficar em torno de dois dígitos. Só o IGP-M, usado como parâmetro para corrigir o valor da conta de luz, ficou em 14,77%.
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De acordo com o balanço publicado no mês passado, o lucro da Energisa MS passou de R$ 342,4 milhões, em 2020, para R$ 601,4 milhões. O valor é recorde e o 2º maior entre as 11 concessionárias do grupo, só perdendo para a unidade do Mato Grosso, com lucro de R$ 1,133 bilhão.
A empresa também vem sendo alvo de uma enxurrada de ações judiciais por protesto e cobrança indevida. Desde o início do ano passado, apesar da grave crise causada pela pandemia, a Energisa MS passou a enviar as contas em atraso para protesto em cartório. A medida foi adotada apesar da taxa de inadimplência ter caído de 1,53% para 1,17%.
Consumidores se queixaram porque passaram a ser obrigados a pagar pela retirada do nome do protesto em cartório para recuperar o crédito e o valor chega a encarecer a conta de luz em até 50%.
O ex-superintendente do Procon, Marcelo Salomão, recomendou a suspensão da medida, que classificou como abuso, mas foi ignorado pela Energisa MS. A empresa insiste que cumpre a lei e manteve o terrorismo sobre os clientes.
O protesto em cartório não faz parte da Resolução 1.000, da Aneel, que reúne todos os direitos e deveres dos consumidores e das empresas de energia elétrica.
Nota | Energisa
A Energisa Mato Grosso do Sul, sensível ao momento atual, informa que solicitou à Aneel o adiamento do reajuste tarifário, que entraria em vigor no dia 8/4, com o propósito de amenizar o impacto na conta de luz em virtude do término da bandeira de escassez hídrica, prevista para o fim deste mês.
O reajuste de 2022 será definido pela Aneel nas próximas semanas.