Após ser descartado pelo PL, o deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar, decidiu mudar de partido de novo para ser o candidato a governador de Jair Bolsonaro (PL) em Mato Grosso do Sul. Com a reviravolta, o parlamentar ameaça melar o acordão que vem sendo costurado para emplacar a candidatura a governador do ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB).
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Campeão de votos nas eleições de 2018, o deputado trocou o União Brasil pelo PL para acompanhar o presidente Bolsonaro. Apesar de ter sido repassado para o gerente internacional da Embratur, o pecuarista Rodolfo Nogueira, o Partido Liberal decidiu abrir mão de lançar candidato próprio. O novo presidente assegurou que o Governo não é prioridade da sigla.
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O PL passou a integrar o projeto da deputada federal Tereza Cristina, que deixou o Ministério da Agricultura para disputar o Senado com o apoio do presidente da República. No entanto, ela trabalha para eleger Riedel governador, mesmo sendo do PSDB, de João Doria. A estratégia contou até com o respaldo do Correio do Estado, que estampou na manchete o ex-secretário como o candidato de Bolsonaro no Estado.
A estratégia do tucano mira o eleitor bolsonarista. Conforme todas as pesquisas de opinião Bolsonaro lidera a disputa presidencial em Mato Grosso do Sul, com vantagem de seis a 10 pontos sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sem espaço no PL, 21 dias após trocar de partido, Contar anunciou nova mudança nesta quinta-feira. Ele foi a São Paulo para se filiar ao PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), que tinha como pré-candidato a governador o empresário Beto Figueiró. “Encontrei no PRTB, lealdade, compromisso e mais uma frente de apoio incondicional ao presidente Bolsonaro”, afirmou o deputado.
“O PRTB do Mato Grosso do Sul fica muito honrado com a vinda do Capitão Contar para concorrer ao cargo de governador de modo a possibilitar que a direita efetivamente, tenha representação no cenário político estadual. A vinda de Contar significa que os sul-mato-grossenses não fugirão à luta e terão uma alternativa à política profissional reinante na sucessão estadual”, afirmou Figueiró, abrindo mão da disputa em favor do deputado.
“Acabo de me filiar ao PRTB. Além de ampliar e reforçar a base de apoio do nosso presidente Bolsonaro, aqui no PRTB encontrei a oportunidade de continuar a construção de um projeto livre das amarras políticas. Nossos próximos passos continuarão sendo no sentido de trabalhar em prol da ética, moralidade, honestidade e compromisso com o cidadão sul-mato-grossense”, reafirmou o deputado.
Para subir nas pesquisas, Capitão Contar vai precisar colar na imagem de Bolsonaro. Em 2018, o presidente conseguiu transferir votos ao garantir a eleição de dois deputados estaduais (Contar e Coronel David), dois deputados federais (Loester Trutis e Dr. Luiz Ovando) e a senadora Soraya Thronicke.
Só que ele vai precisar superar a estratégia dos adversários, que vão usar Tereza Cristina para dividir o bolsonarismo no Estado. Como a ex-ministra deve apoiar Riedel, o grupo deve apelar para que Bolsonaro não suba em nenhum palanque no Estado e deixe o deputado estadual a própria sorte.
Por outro lado, o risco será Capitão Contar obter o apoio de Bolsonaro e embalar na onda do presidente para chegar ao segundo turno. Os principais adversários não contam com presidenciáveis competitivos. André Puccinelli (MDB) tem Simone Tebet com 1% nas pesquisas. Eduardo Riedel tem João Doria com apenas 2%. Rose Modesto ainda não tem presidenciável para chamar de seu. Marquinhos Trad (PSD) ainda não tem candidato a presidente.
O grande temor é o deputado, em chapa pura e um partido nanico, melar o acordão em curso e surpreender nas urnas.