Dois pré-candidatos – o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) – devem desistir de disputar a presidência da República nas eleições deste ano. Com a decisão, a concorrência para ser o candidato da terceira via deve se afunilar entre a senadora Simone Tebet (MDB) e o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). A tendência é que um seja o titular e o outro vice.
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Mais bem pontuado nas pesquisas, oscilando entre 6% e 8%, Moro deve trocar o Podemos, no qual se filiou há cinco meses, pelo União Brasil. No entanto, a chegada do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública não chega como presidenciável ao novo partido, porque foi vetado e deverá disputar uma vaga de deputado federal por São Paulo. Ele também é vetado no Paraná.
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Outra bomba nesta quinta-feira foi o anúncio de que Doria teria comunicado a desistência de disputar o Palácio do Planalto. Ele teria decido concluir o mandato como governador. A decisão deverá levar o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) recuar da intenção de disputar a sucessão estadual paulista.
A disputa interna praticamente implodiu o PSDB, dividido desde a realização as prévias, que deram a vitória a Doria. No entanto, Leite, apoiado pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB), não aceitou a derrota e até já renunciou ao cargo de governado gaúcho para estar a disposição para ser o candidato tucano à sucessão de Jair Bolsonaro (PL).
Leite e Simone possuem entre 1% e 2% nas pesquisas. No entanto, eles contam com o apoio para ser o candidato de uma coligação de partidos formado pelo MDB, União Brasil, Cidadania, Podemos e PSDB.
Uma das hipóteses é a senadora sul-mato-grossense ser vice na chapa liderada por Eduardo Leite. Nesta composição, Simone vai contra o que tem declarado nos últimos dias, de que prefere disputar a reeleição no Senado a ser coadjuvante na disputa da Presidência da República.
O único problema é que o deputado federal Luciano Bivar, presidente do União Brasil, sonha em ser candidato a vice-presidente. Ou seja, dono do maior tempo no horário eleitoral e caixa eleitoral da campanha, ele terá condições de se impor a Leite ou Simone, que patinam nas pesquisas, para ser o adjunto na chapa.
O MDB aposta ainda que pode ser o cabeça de chapa com Simone e aposta que a emedebista pode subir nas pesquisas até junho. Inicialmente, os caciques sonhavam em quebrar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro neste mês. No entanto, Simone permanece com 1%, longe da meta de 10%.
Lula tem se mantido entre 41% e 44%, dependendo da pesquisa, enquanto o presidente oscila entre 26% e 32%. O maior sinal de que a polarização se concretizou é Bolsonaro subiu nas pesquisas, apesar do aumento dos combustíveis e dos preços dos alimentos e das denúncias de corrupção envolvendo os pastores e o Ministério da Educação.
As próximas 48 horas serão decisivas para as eleições de 2022. A saída de Doria da disputa vai ser o primeiro lance. O segundo será a desistência de Moro, que deve ser oficializada ainda hoje.