Mesmo com a filiação de mais três deputados estaduais e um federal, o PL descartou lançar a candidatura a governador de Renan Contar, o Capitão Contar, que se filiou ao partido após deixar a União Brasil. Apesar do presidente liderar as pesquisas eleitorais em Mato Grosso do Sul, o partido de Jair Bolsonaro não terá candidato próprio ao Governo e poderá dividir o palanque com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
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Com a filiação do suplente de senador e gerente internacional da Embratur, Rodolfo Nogueira, o grupo do ex-deputado federal Edson Giroto, condenado duas vezes na Operação Lama Asfáltica, perdeu o controle do PL no Estado. Chamado de “Gordinho do presidente”, o pecuarista em Dourados assumiu a presidência regional do partido em Mato Grosso do Sul e deixou a sigla mais longe de apoiar o ex-governador André Puccinelli (MDB).
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Durante entrevista na sexta-feira, Nogueira ressaltou que a prioridade será trabalhar pela reeleição de Bolsonaro, pela eleição da ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina (PP) para o Senado e reforçar a bancada de deputados estaduais e federais.
“O projeto do governo, do Planalto, é eleger deputados estaduais e deputados federais. Não é projeto fazer o governo do Estado”, frisou o novo cacique do PL, conforme entrevista registrada pela Folha de CG e Campo Grande News. Com a decisão, ele frustra os bolsonaristas que sonhavam em trabalhar pela candidatura de Contar para governador.
O PL ganhou musculatura eleitoral com a filiação de Bolsonaro. A bancada restrita a João Henrique Catan passou a contar com os deputados estaduais Coronel David, Contar e Neno Razuk. Loester Trutis deixou a União Brasil e se filou no PL, inclusive como o representante do “time de leais” a Bolsonaro em Mato Grosso do Sul.
Os deputados do partido podem subir no palanque do secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), o candidato de Reinaldo Azambuja, e dividir o palanque com Doria, um dos maiores desafetos de Bolsonaro. Eles podem ainda apoiar a candidatura de Marquinhos Trad (PSD) ou da deputada federal Rose Modesto (União Brasil).
Inicialmente, o PL chegou a ter dois pré-candidatos a governador. Contar anunciou que se filiaria ao partido e estava à disposição para ser o candidato ao Governo de Bolsonaro. Outro que pretendia representar os conservadores era João Henrique, neto do ex-governador Marcelo Miranda Soares.
A estratégia de Bolsonaro não ter candidato a governador beneficia o candidato tucano, com quem Tereza Cristina planeja bater chapa nas eleições deste ano. O assessor da ministra, Marco Aurélio Santullo ganhou cargo de secretário na gestão tucana e até chegou a ser acusado de usar a máquina do Governo para inchar o Progressistas, novo partido de Tereza.
De acordo com o presidente regional do Podemos, Sérgio Murilo Mota, ele vinha ameaçando tirar investimentos nos municípios caso os prefeitos não seguissem a ministra na filiação do Progressistas. Tereza tirou praticamente todos os prefeitos eleitos pelo DEM, que se fundiu com o PSL e formou o União Brasil.
A filiação da ministra ao Progressistas estava prevista para o dia 20 deste mês, mas acabou sendo adiada sem qualquer explicação após o seu braço direito ser gravado brigando com Sérgio Murilo.