O Ministério Público Federal denunciou a advogada Eliane Medeiros de Lima, presa em Campo Grande, por ocultar dinheiro das autoridades durante a fuga da venezuelana Mirelis Zerpa, esposa de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”. Presa pela Polícia Federal na Operação Valeta, a empresária sul-mato-grossense é acusada de ajudar a esconder parte de R$ 1 bilhão, segundo o jornal O Globo.
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De acordo com a nova denúncia, Mirelis evitou a prisão ao viajar para os Estados dias antes da Operação Kriptos, deflagrada em 24 de agosto do ano passado. Com a ajuda de senhas desconhecidas pelos policiais, ela conseguiu sacar 4.330 criptomoedas entre 24 de agosto e 15 de setembro de 2021. O montante estaria avaliado em R$ 1 bilhão.
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Graças a quebra do sigilo bancário das empresas do Grupo Gas Consultoria Bitcoins, de Glaidson e Mirelis, a PF descobriu que a venezuelana transferiu aproximadamente R$ 200 mil em criptmoedas para Eliane Medeiros. A advogada campo-grandense liquidou as unidades no mercado e usou a GLA Serviços para lavar o dinheiro.
“O crescente protagonismo de Eliane na organização foi tamanho que ela foi a pessoa escolhida pela organização para escamotear a enorme quantia resgatada por Mirelis após a deflagração da Operação Kryptos”, argumenta a Procuradoria da República no Rio de Janeiro, responsável pela nova denúncia.
Esta é a segunda denúncia contra a advogada. Eliane Medeiros já foi denunciada pelo MPF por movimentar R$ 324 milhões para a organização criminosa do “Faraó dos Bitcoins” por meio da empresa CointradCX.
De acordo com investigação da PF, ela também é acusada de lavar dinheiro para o narcotraficante Luiz Carlos Rocha, o Cabeça Branca.
A vida da advogada de MS se transformou de água em vinho a partir do momento em que passou a trabalhar junto com Glaidson Acácio dos Santos. A microempresa passou de um capital social de R$ 10 mil para uma movimentação bancária de R$ 456 milhões.
Conforme a quebra do sigilo bancário e fiscal, em 2017, os rendimentos de Eliane Medeiros somaram apenas R$ 17 mil, uma média mensal de irrisórios R$ 1.416,66. A situação melhorou em 2018, com R$ 88,7 mil no ano. A situação piorou no ano seguinte, com renda de R$ 26,6 mil em 2019.
O “Faraó dos Bitcoins” passou a realizar aporte na empresa campo-grandense e os rendimentos da advogada tiveram um salto de 1.848%, de R$ 26,6 mil, em 2019, para R$ 519,9 mil em 2020.