Com a transformação do Progressistas de nanico em partido grande, o ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, quer ser candidato a governador de Mato Grosso do Sul nas eleições deste ano. Ele aposta que conseguirá derrubar a inelegibilidade na Justiça e se reabilitar politicamente para fazer dobradinha com a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina Corrêa, que deixará o União Brasil para ser candidata a senadora pela sigla.
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“Tem que haver diálogo com responsabilidade. Fico feliz pela vinda da Teresa Cristina e muitos prefeitos, deputados federais, estaduais e figuras do governo estadual e federal para integrar e fortalecer o partido”, avaliou o progressista, sobre a turma que embarcará no PP no próximo dia 20.
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Além de Tereza Cristina, o Progressistas deverá mais que dobrar a bancada na Assembleia Legislativa, passando de dois para cinco deputados estaduais com a chegada de Londres Machado (PSD), Lucas Lima (SD) e provavelmente Neno Razuk (PTB); e passar a ter representante na Câmara dos Deputados, com as filiações de Tereza e de Dr. Luiz Ovando. Além disso, 11 prefeitos devem deixar o antigo DEM para se filiar ao PP.
“Eu acho que podemos conversar e fortalecer o PP para ser o diferencial de verdade”, avalia Bernal, que vem se mostrando bastante animado com a musculatura que o seu partido ganhou em Mato Grosso do Sul. Contudo, ele vai precisar convencer a ministra das suas boas intenções, já que ela chega com moral e autoridade para definir os rumos da sigla em Mato Grosso do Sul.
“Ahhh tenho apoio em todos os municípios do MS. Ando muito no interior e falado com a população”, justificou o ex-prefeito, para destacar que conta com o apoio popular para melar os acordos, como o de que Tereza Cristina será candidata na chapa do secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB).
“Os prefeitos falam de quem está no poder, mas a população está cansada. Mas eu ouvi a população, que se cansou do mesmo jeito de governar”, explica Bernal, para o fato da maior parte dos prefeitos estar com o tucano. “Lógico, que sou fiel à população de nosso estado”, garante.
O problema é que Bernal vai ter uma batalha hercúlea para deixar de ser ficha suja e recuperar os direitos políticos. Por causa da cassação do mandato pela Câmara Municipal em 2014, ele estaria inelegível por oito anos, ou seja, até 2024. Ele entrou com ação no Tribunal de Justiça no mês passado para reverter esta decisão.
O ex-prefeito também ficou inelegível por cinco anos na ação de improbidade pelas fraudes e desvios ocorridos nos convênios firmados com a Omep e a Seleta. Como a sentença transitou em julgado, o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, mandou incluir Bernal no cadastro dos inelegíveis até 2 de fevereiro de 2027.
O cenário controverso e turbulento não desanima o ex-prefeito, que começa definir as prioridade de eventual plano de Governo. “E além da infraestrutura para a escoamento da produção, valorização da carne, milho e soja, precisa olhar para o ser humano, garantir-lhe dignidade humana”, afirma.
“Nosso MS é (de) um potencial fantástico em todas as áreas, agricultura, pecuária, mas precisa olhar para as pessoas”, diz, repetindo um slogan que usou nas duas vezes em que disputou a Prefeitura de Campo Grande. A primeira ele ganhou com aproximadamente 400 mil votos em 2012. A segunda ficou fora do segundo turno, em 2016, por uma diferença de pouco mais de 2 mil votos para a deputada federal Rose Modesto (PSDB).
“Atrair investimento, gerar emprego, fazer o dever de casa, dar condições de vida melhor para população”, promete. “Há necessidade de diálogo, ajustar-se às necessidades da população em geral. O custo de vida no nosso país, mais ainda em nosso MS está cada vez mais alto”, avalia.
“Não sou melhor que ninguém, só acho que há necessidade de dar oportunidade e podemos fazer um bom debate de ideias e propostas. Saúde eficiente, educação para todos, existem municípios em nosso estado que não tem prosperidade, atrativo para crescer ordenadamente, com atrativos de investimento e geração de emprego e renda”, afirma.
Por enquanto, os pré-candidatos a governador são Marquinhos Trad (PSD), Eduardo Riedel, André Puccinelli (MDB), Zeca do PT, Vinícius Siqueira (PROS), Beto Figueiró (PRTB) e Marcelo Bluma (PV).