Vetos a deputados estaduais marcaram a abertura da janela partidária, período permitido para trocar de partido que vai até o dia 2 de abril, em Mato Grosso do Sul. O medo de perder a vaga pesou mais que o currículo “ficha suja” na avaliação as legendas. PL e Progressistas devem ser os principais ganhadores, enquanto União Brasil deve ser a que mais vai perder quadros no Estado.
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Impulsionado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o Partido Progressistas atrapalhou o plano de dois parlamentares, inclusive o primeiro secretário da Assembleia Legislativa, Zé Teixeira. Só que o democrata não foi barrado por ter sido denunciado por corrupção e até preso na Operação Vostok.
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Barbosinha e Teixeira foram vetados pelo prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP), que comanda a segunda maior cidade de MS. O octogenário até chegou a dar entrevista de que estava esperando o convite de Guedes, já que planejava acompanhar Tereza Cristina no embarque na nova sigla.
O convite não veio e Zé Teixeira deve se abrigar no PSDB. Barbosinha deve deixar o União Brasil, mas ainda não definiu o destino. O ninho tucano perdeu os deputados Felipe Orro e Professor Rinaldo. O ex-prefeito de Aquidauana se filiou ao PSD e vai reforçar a campanha de Marquinhos Trad (PSD) a governador.
Rinaldo vai se filiar ao Podemos e deverá ser o único detentor de mandato na sigla. O partido teria vetado a filiação do deputado Lucas de Lima, que deve deixar o Solidariedade. O radialista também teria sido rejeitado no Progressistas, que conta com os deputados Gerson Claro e Evander Vendramini.
O Progressistas deverá receber Londres Machado, decano no legislativo, que deixará o PSD, Neno Razuk, que deixou o PTB de Delcídio do Amaral, e, provavelmente, Lucas de Lima. Coronel David chegou a ser convidado para ingressar na sigla. Sem partido desde que rompeu com o PSL, ele chegou a ser vetado no Progressistas porque teria mais votos e tiraria a vaga de Vendramini e Claro.
No entanto, um outro parlamentar teria feito outro análise durante o encontro, de que Coronel David é candidato a ficar entre os campeões de votos e poderia ter cacife para puxar mais uma vaga. O ex-comandante da Polícia Militar acabou declinando do convite e vai se filiar ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, de quem é amigo.
O deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar, também vai se filiar ao PL, que já conta com João Henrique Catan. A expectativa é de que os liberais apoiem a candidatura de André Puccinelli (MDB) ao Governo do Estado devido a liderança exercida na sigla pelo ex-secretário de Obras, Edson Giroto, condenado duas vezes na Operação Lama Asfáltica. Em nível nacional, o partido é comandado por Valdemar Costa Neto, que já foi condenado no Mensalão.
O PSDB perdeu Orro e Rinaldo, mas deverá receber dois deputados, Zé Teixeira e Jamilson Name (sem partido). O ninho tucano já conta com os deputados Paulo Corrêa, Mara Caseiro e Marçal Filho. Barbosinha também poderá reforçar a sigla devido a sua ligação com o governador Reinaldo Azambuja.
Apesar de ser o detentor da maior fatia no fundo partidário e eleitoral e de tempo de televisão, o União Brasil será o que mais vai perder na janela partidária. Os 11 prefeitos do partido vão acompanhar Tereza Cristina e se filiar ao Progressistas. Na Assembleia, a sigla ficará em Barbosinha e Zé Teixeira.
Na Câmara dos Deputados, o partido ganhará a filiação de Rose Modesto, que chega para disputar o Governo, mas perderá os deputados Loester Trutis e Dr. Luiz Ovando. O segundo já anunciou filiação ao PP. A debandada não abala o União Brasil, que vai apostar em novatos para disputar os cargos de deputado estadual e federal.
As negociações continuam até 2 de abril, quando pesquisas e acordos vão ser costurados visando as eleições deste ano. Deputados vão considerar estrutura e apoio para garantir a reeleição, enquanto os partidos devem preferir quem tem mais chance.