No artigo “Violência engendra violência e neutralidade é covardia”, o jornalista e filósofo Mário Pinheiro recorre a Maquiavel para falar das artimanhas dos políticos para dominar o povo e permanecer no poder. No caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia, ele diz que é preciso se posicionar contra as ações do presidente Vladimir Putin. Na opinião, neutralidade é covardia e representa apoio velado ao governo russo.
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“Aliás, para o governo russo não há invasão do país vizinho, mas apenas uma operação militar. Guerra é coisa triste, avassaladora, é preciso se indignar e se posicionar contra, sair do muro. Neutralidade na hora da guerra é coisa de covarde”, afirma.
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Pinheiro relembra os tempos de Maquiavel, quando os príncipes eram subordinados aos senhores feudais e procuravam meios para manter o domínio. “A teoria filosófico-política de Maquiavel, às vezes, retorna com requintes embebidos de mentira, vergonha, sangue e religião. Ele aconselhava o príncipe a se mostrar piedoso, simples, protetor da família (dele), cruel e decidido. Era preciso, naquele tempo, dominar, viver às custas da espoliação, colonizar cidades e gozar do prazer alheio com orgias”, relembra, citando o passado, mas como se tivesse falando do presente.
“O cotidiano não pode virar diversidade de circunstâncias onde pastores dão as cartas. O bem e a paz não funcionam quando a ignorância vira objetivo comum, maltrata a educação, a ciência, e se focaliza em armas”, pontua.
“Mal sabem estes pobres eleitores que a olheira de cavalo os impede de ver e sentir o peso do jugo sobre o ombro, ou da canga, que é a violência imposta a pessoas que não discernem o bem e o mal, que aceitam a violenta forma de fazer campanha sem questionar a importância virulenta do sangue que jorra quando as balas da milícia e da polícia atingem pessoas inocentes. A violência se banaliza”, conclui.
Confira o artigo na íntegra:
“Violência engendra violência e neutralidade é covardia
Mário Pinheiro, de Paris
A teoria filosófico-política de Maquiavel, às vezes, retorna com requintes embebidos de mentira, vergonha, sangue e religião. Ele aconselhava o príncipe a se mostrar piedoso, simples, protetor da família (dele), cruel e decidido. Era preciso, naquele tempo, dominar, viver às custas da espoliação, colonizar cidades e gozar do prazer alheio com orgias.
Maquiavel não se tornou um felizardo porque vivia como derrotado, apesar de possuir seu exército privado incapaz de lutar. Era o tempo do renascentismo, onde as cidades eram dominadas por príncipes subalternos de senhores feudais.
Desse tempo existe a passagem de um frei dominicano, Remigio de Girolami, que escrevera o bem e a paz, onde cita Aristóteles e parafraseia Cícero ao dizer que “a república não sobrevive às revoltas dos camponeses e artesãos pobres”. Quando uma família domina a política de um Estado ou de uma nação, os olhos dos mais simples brilham e se exclamam, sob a mais ingênua teimosia sobre o poder do clã.
O cotidiano não pode virar diversidade de circunstâncias onde pastores dão as cartas. O bem e a paz não funcionam quando a ignorância vira objetivo comum, maltrata a educação, a ciência, e se focaliza em armas.
Mal sabem estes pobres eleitores que a olheira de cavalo os impede de ver e sentir o peso do jugo sobre o ombro, ou da canga, que é a violência imposta a pessoas que não discernem o bem e o mal, que aceitam a violenta forma de fazer campanha sem questionar a importância virulenta do sangue que jorra quando as balas da milícia e da polícia atingem pessoas inocentes. A violência se banaliza.
Girolami falava dos levantes sociais. Na Rússia é proibido se manifestar, o governo envia a polícia que desce o cacete, trancafia todo mundo. Somente em Moscou foram presas aproximadamente seis mil pessoas que protestavam contra a guerra na última semana.
No Brasil atual não é diferente. A polícia age igual aos países dominados pelo autoritarismo, com violência determinada, e, quando dá errado de matar inocente, ela planta armas com numeração raspada e drogas para se livrar da culpa.
É pena que o estoicismo não ensinou ninguém a olhar o passado. Hoje os matutos batem no peito com orgulho de ter votado no miliciano que se diz neutro para não ferir a decisão de um líder comunista que invade outra nação menor, mais fraca e inconsistente diante do poder de fogo do país invasor.
Aliás, para o governo russo não há invasão do país vizinho, mas apenas uma operação militar. Guerra é coisa triste, avassaladora, é preciso se indignar e se posicionar contra, sair do muro. Neutralidade na hora da guerra é coisa de covarde.
O mais podre nesta pseudopolítica da neutralidade é um possível acordo com a agência russa Wagner, que é formada por hackers mercenários capazes tanto de envenenar inimigos quanto eleger um pastel, lembrem-se de Trump nas eleições americanas em que teve ajuda do grupo russo. A crítica da razão dialética, de Sartre, mostra que o contraste entre os homens tomados pela má vontade e má fé os levam ao ostracismo egoísta, ao isolamento, e nada justifica a violência.
Esses hackers são capazes de se infiltrar em qualquer guarnição, até na suprema corte, objetivo da família miliciana. Além do mais, o grupo militar privado, Wagner, é ativo, perspicaz, capaz de tudo, preparar o terreno para invasão militar como fizeram na Criméia, Mali, Síria, Eritréia.
Fora o turismo e a sabujice do presidente brasileiro em render homenagem ao soldado comunista, a visita tinha um objetivo desenhado pelo vereador do Rio, de contratar a tal agencia para horrorizar a suprema corte brasileira, ganhar as eleições sem precisar falar muito, porque o chefe do Planalto não domina diálogo, é um zé ruela que sabe de cor a ladainha dos palavrões e tem preferência pelas fakes”.