O MDB vai usar a volta da propaganda partidária, que voltou a ser veiculada após cinco anos, para apresentar a pré-candidata a presidente da sigla, Simone Tebet. A senadora vai usar parte das 40 inserções a serem veiculadas para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que polarizam a disputa nas eleições deste ano.
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Patinando em 1% apesar do destaque obtido com a CPI da Covid no Senado, Simone tem esperanças de chegar a 10% até o fim deste mês para continuar na disputa presidencial. Caciques do MDB não querem embarcar em uma candidatura sem chance e devem intensificar as articulações para retirar a sul-mato-grossense do páreo se não decolar nas pesquisas.
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O partido terá 20 minutos e 40 inserções de 30 segundos no primeiro semestre e serão veiculados no horário nobre da TV. Simone será apresentada a partir do dia 10 deste mês nas veiculações do MDB.
De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, a senadora vai usar o horário para falar dos problemas atuais, como fome, desemprego e inflação. “Fome, miséria, desemprego, comida muito cara. Nossos problemas não vão ser resolvidos pelos políticos do passado, nem por quem não respeita as instituições e agride a democracia”, afirma Simone, em trecho divulgado pela mídia.
Ao se referir a volta ao passado, a emedebista critica Lula. O petista vai apostar nos bons tempos de seu governo, como inflação sob controle, pleno emprego e valorização do salário mínimo, para se contrapor aos ataques. Já de Bolosonaro, que chegou a apoiar no primeiro ano, a senadora vai destacar as agressões feitas ao Supremo Tribunal Federal e a defesa da ditadura militar.
Em outro trecho, Simone vai destacar programas habitacionais. “O que pode ser mais importante para uma família, do que um teto para morar? Casa própria, moradia, habitação. Um sonho cada dia mais distante. É precisa acabar com as áreas de risco, urbanizar comunidades e favelas, dar dignidade para as pessoas. É preciso experiência e trabalho. Eu sou Simone Tebet e juntos nós vamos reconstruir o Brasil”, afirmou.
A experiência de Simone é como prefeita de Três Lagoas, deputada estadual e um mandato de senadora da República. Ela vai apostar na propaganda para superar outros concorrentes na terceira via com muito mais experiência, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que também foi prefeito da capital paulista. O menos experiente no grupo é o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que tem em torno de 8% a 10% nas pesquisas.
A propaganda partidária é a bala de prata de Simone para deslanchar nas pesquisas e se firmar como presidenciável. Em entrevista ao Extraonline, ela admitiu que o centro não deverá chegar com três ou quatro nomes na campanha eleitoral deste ano. “Vamos ter que convergir lá na frente. Muitos já ficaram pelo caminho muito mais rápido do que eu imaginava. Eu não esperava que o União Brasil abrisse mão de uma candidatura tão cedo”, afirmou, sobre a desistência do aliado e conterrâneo, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM).
“A minha candidatura está se tornando irreversível pelos fatos, porque os players com maior visibilidade e capacidade de aglutinar e de conseguir votos ficaram pelo meio do caminho. Hoje, sou a pré-candidata do maior partido do Brasil com o menor índice de rejeição do centro democrático. Tenho dois ativos: a baixa rejeição e o fato de ser a única mulher em um eleitorado majoritariamente feminino”, gabou-se a senadora.
O MDB nunca conseguiu ganhar as eleições nas urnas, apesar de já ter comandado o Brasil em três ocasiões. José Sarney assumiu com a morte de Tancredo Neves. Itamar Franco assumiu com o impeachment de Fernando Collor de Mello. Michel Temer só chegou com o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Mesmo sendo o maior partido do Brasil, o MDB fracassou com as candidaturas do deputado federal Ulisses Guimarães, em 1989, e com o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, em 1994.