Líder do PSD no Senado, Nelsinho Trad é contra o partido apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele propõe que o PSD lance candidato próprio à presidência da República, que pode ser o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), ou até o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
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De acordo com reportagem do Uol neste sábado, o antipetismo na região Sul do País bloqueou o apoio do PSD a Lula ainda no primeiro turno. O presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, vem articulando para lançar candidato próprio para fazer meio termo, já que os pessedistas da região Nordeste preferem o petista, enquanto paranaenses, catarinenses e gaúchos estão mais próximos de Bolsonaro.
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Presidente regional do PSD em Mato Grosso do Sul, Nelsinho defende o lançamento de candidatura própria no primeiro turno. Ele disse que o posto está garantido a Pacheco, que não vem dando mostras efetivas de que deseja ser candidato nas eleições deste ano. O mineiro não tem feito atos para deixar claro o desejo.
“O partido precisa ter identidade e cara. Do contrário, acaba sendo coadjuvante de um outro”, explicou o ex-prefeito de Campo Grande. “Está na mão dele. Mas caso não queira, e isso tem que ser dito por ele, aí, sim, temos outra alternativa que é o governador do Rio Grande do Sul”, avaliou, sobre Leite.
O gaúcho tentou ser candidato a presidente pelo PSDB, mas perdeu as prévias para o governador de São Paulo, João Doria. Como mau perdedor, o gaúcho vem se movimentando para derrubar a candidatura do paulista nos bastidores. Caso não consiga inviabilizar Doria, Eduardo Leite estaria disposto a trocar de partido só para ser candidato a presidente da República.
Em entrevista ao site O Antagonista, Nelsinho vê com bons olhos a filiação de Leite. “Eu digo para você: é um barulho que vai fazer no movimento do centro”, avaliou. Para o senador sul-mato-grossense, os nomes cotados para disputar a terceira via não deslancharam, como são o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), Doria e a senadora Simone Tebet (MDB).
“A ida do governador do Rio Grande do Sul para o PSD daria realmente uma consistência (ao centro) e a chance de termos pelo menos um tempero diferente no jogo eleitoral neste momento”, avaliou.
Nelsinho tem a mesma opinião do primo, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), de que a maior parte do eleitorado brasileiro quer votar em um candidato que não seja Lula nem Bolsonaro. A avaliação é feita apesar das pesquisas, que apontam o petista oscilando entre 40% e 45%, enquanto o presidente varia entre 25% e 30%. Nenhum nome da terceira via chega a 10%.
Mandetta passou meses oscilando entre 2% e 3% e acabou desistindo da disputa. Sumido do cenário, o ex-ministro desistiu de ser candidato a presidente da República.