Após quatro anos, a HBO Max estreia, às 21h05 desta terça-feira (8), o documentário “Odilon – Réu de Si Mesmo”, que conta a história do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira. Pré-candidato ao Senado nas eleições deste ano, o magistrado chegou a ter a cabeça colocada a prêmio pelos narcotraficantes e andou sob proteção da Polícia Federal por 24 horas.
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Sem proteção dos federais desde março de 2019 por determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), juiz Odilon diz que passou a viver como prisioneiro na própria casa. Como ocorreu nos últimos dias, ao viajar aos municípios para a fase de pré-campanha ao lado do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), ele tem se deslocado com proteção de escolta feita por seguranças particulares.
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Dirigido por Leandro Lima, o documentário começou a ser produzido em 2016 e gravou depoimentos e a rotina do magistrado em 2018, quando ele disputou o Governo do Estado, e em 2019.
No resumo do documentário, a HBO Max apresenta o seguinte resumo: “Documentário sobre o juiz federal Odilon de Oliveira, cuja incisiva atuação contra grandes cabeças do crime organizado no Brasil o levou a ter a cabeça a prêmio e viver sob escolta armada 24 horas por dia”. No trailer de divulgação pode ser conferido no final da matéria. O documentário tem 84 minutos.
Para o juiz Odilon, o documentário vai mostrar a dificuldade de se combater o crime organizado e transnacional na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Na sua avaliação, a divulgação vai chamar a atenção das autoridades competentes e importante para chamar a atenção para a solução do problema.
Na sua avaliação, o problema vai muito além da segurança pública e deve envolver ações de desenvolvimento econômico para garantir emprego e renda para a população, evitando o envolvimento de jovens e mulheres com o tráfico de drogas. “É preciso ação nas áreas de saúde e educação”, afirma.
O documentário não será o primeiro a garantir divulgação nacional para Odilon de Oliveira. O filme “Em nome da lei”, protagonizado pelo ator Matheus Solano e lançado em 2016, foi inspirado na vida do magistrado.
Odilon foi titular da 3ª Vara Federal de Campo Grande, especializada no combate a lavagem de dinheiro, por 21 anos e responsável pela condenação de narcotraficantes como Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-mar, o colombiano Juan Carlos Abadia, e até do empresário Fahd Jamil, o Rei da Fronteira. No entanto, Fuad conseguiu anular a condenação no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O magistrado tem esperança de recuperar a escolta 24 horas da Polícia Federal. Ação da Associação dos Juízes Federais e da Associação Brasileira dos Magistrados está aguardando sentença do juiz Dalton Kita Conrado, da 1ª Vara Federal de Campo Grande.
Conrado foi o autor da sentença, quando era titular da 5ª Vara Federal, que condenou o então chefe de gabinete de Odilon por duas décadas, Jedeão de Oliveira, a 41 anos de prisão em regime fechado. O primo do magistrado teria desviado dinheiro da 3ª Vara quando era responsável, conforme investigação da PF e correição do TRF3.
A suposta delação de Jedeão, que acusava Odilon de venda de sentença, foi rejeitada pela Justiça e pelo MPF, mas usada por Reinaldo Azambuja na campanha eleitoral de 2018 para atingir o magistrado. Na época, Odilon perdeu no segundo turno por uma diferença de aproximadamente 70 mi votos.
O documentário da HBO vai ficar restrito ao canal pago e streaming, mas poderá dar um “up” na imagem de Odilon, que planeja disputar um cargo eletivo pela segunda vez. Ele cogita ser candidato a senador na chapa de Marquinhos Trad e enfrentar os caciques, como a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e a senadora Simone Tebet (MDB), caso não empolgue com a sua candidatura a presidente.