Ex-líder do Governo de Dilma Rousseff (PT) e delator na Operação Lava Jato, o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) planeja ser candidato a deputado federal e fazer campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano. Ele ainda é réu por corrupção pela suposta propina de US$ 1 milhão na polêmica refinaria de Pasadena.
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O presidente regional do PTB foi um dos destaques de reportagem desta segunda-feira (7) do jornal Folha de São Paulo sobre filiados que abandonaram ao PT nos últimos 20 anos. Delcídio foi afastado do partido no final de 2015 após ser preso acusado de obstrução de Justiça. Na época, ele foi flagrado supostamente tentando comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.
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A prisão levou à cassação do mandato de senador em 2016 por unanimidade. No entanto, Delcídio acabou sendo absolvido pela Justiça Federal do Distrito Federal porque não ficou provado de que houve a tentativa de obstrução de justiça. Em decorrência disso, ele ficou inelegível.
Delcídio era do PSDB até 2001 e foi ministro das Minas e Energia na gestão de Itamar Franco (MDB) e diretor da Petrobras no mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 2001, ele se filiou ao PT e assumiu o comando da Secretaria Estadual de Infraestrutura a convite do então governador Zeca do PT.
Eleitor senador pela primeira em 2002, com 496,8 mil votos, ele ganhou notoriedade ao comandar a CPMI dos Correios, que derrubou estrelas petistas, como o chefe da Casa Civil, José Dirceu. Em 2006, Delcídio perdeu o Governo para André Puccinelli (MDB) ao ficar em 2º lugar com 450,7 mil votos.
Estrela em ascensão no PT, o senador foi reeleito em 2010 com 826,8 mil votos e acabou se consolidando como uma das principais lideranças do País. No segundo mandato, ele assumiu o papel de líder do Governo Dilma, quando foi preso e acabou cassado.
Inocentado da denúncia pela Justiça, Delcídio tentou retornar à política como candidato a senador e ficou em 7º lugar nas eleições de 2018, quando obteve 109.927 votos, pelo PTC.
A convite do ex-deputado Roberto Jefferson, Delcídio assumiu o PTB em Mato Grosso do Sul, pelo qual ensaia novo retorno nas eleições deste ano. “O apoio a Bolsonaro é a posição do PTB. E estamos alinhados”, afirmou Delcídio ao jornal paulista. Ele disse que tem se dedicado a criar gado nelore e empresa no ramo de infraestrutura.
O ex-senador luta na Justiça contra uma cooperativa para evitar o leilão da mansão no Jardim Bela Vista, onde reside. Ele também teve a fazenda em Corumbá penhorada para pagar dívidas.
Em março do ano passado, o Tribunal Regional Eleitoral devolveu a 13ª Vara Federal de Curitiba a ação por corrupção contra Delcídio por corrupção. Ele é réu por receber propina de R$ 5,2 milhões (na cotação de hoje) na Operação Lava Jato.